Descubra as formas mais eficazes de lidar com as birras dos mais novos

Seja com os seus filhos ou com os seus netos, existem algumas estratégias que pode seguir para controlar as situações de maior tensão e evitar grandes descontrolos emocionais.

Os filhos são um dos maiores “presentes” que a vida nos oferece. Representam uma enorme fonte de felicidade, de orgulho e de gratificação. No entanto educar uma criança é igualmente um tremendo desafio, que pode gerar uma enorme frustração em qualquer pai ou mãe.

Em muitos casos também os avós são um elemento importante no processo educacional de uma criança. Saber como lidar com as mais diversas situações e principais conflitos é assim fundamental para toda a família.

 

Seja porque não querem ir dormir, porque estão descontentes com a comida ou porque simplesmente querem brincar mais um pouco, as crianças podem rapidamente perder o controlo emocional. Nestes momentos os gritos e o choro podem surgir, sendo difícil para um pai ou um avô saber exatamente como atuar de forma a “desarmar” a situação.

De acordo com a psicóloga infantil Julia Englund, existem um conjunto de estratégias comportamentais que podem ser seguidas pelos adultos para melhor controlar este tipo de situações de maior tensão e ansiedade.

 

  1. Usar técnicas de alteração comportamental

Esta é a estratégia básica que devemos seguir sempre que procuramos modificar e corrigir o comportamento incorreto de uma criança. A ideia aqui passa por criar uma estrutura clara de recompensas e castigos. A consistência durante todo este processo é fundamental, tem que ser capaz de sinalizar/reforçar as atitudes mais positivas e punir os comportamentos incorretos. Pode ser utilizado um sistema de autocolantes ou recompensas alimentares para elogiar os bons comportamentos; e por outro lado, não ter receio de retirar privilégios como consequência de más atitudes que deseje corrigir.

Este é um sistema com resultados comprovados que pode, no entanto, ser complicado de implementar para algumas famílias. Nem sempre é fácil ser consistente e cumprir estas regras. Nem sempre é fácil deixarmos as emoções “de lado”. No entanto é um esforço que irá obter bons resultados no longo prazo.

  1. Procurar auto-regular as suas próprias emoções

Mais importante do que as estratégias que adota para corrigir um determinado comportamento, é a forma como consegue lidar emocionalmente com os acontecimentos. A forma como regulamos e monitorizamos as nossas próprias emoções durante um momento mais tenso, pode ter um tremendo efeito no controlo da situação.

Em primeiro lugar, isto acontece porque as crianças tendem a moldar a forma como reagem às situações através da observação de como os pais se comportam durante momentos de maior tensão. São uma “esponja” e vão absorver indiretamente a sua energia. É importante que demonstre as emoções certas durantes estes momentos e evite descontrolar-se, caso contrário a criança irá sentir que ninguém está sob controlo e como tal se deve também sentir-se assustada e pronta a reagir descontroladamente.

Ao perder o seu controlo emocional, estará também a diminuir a sua capacidade de entender claramente os sinais que a criança está a transmitir. Não será assim capaz de compreender corretamente a situação e definir as melhores estratégias para a acalmar.

  1. Reconheça e valide a experiência da criança

Comportamento é comunicação. Assim que estiver calmo e capaz de dizer “eu estou aqui, estou a ouvir-te”, o seu filho (ou neto) será capaz de compreender que não existe necessidade de continuar a berrar e chorar para se fazer ouvir.

Ao invés de tentar explicar à criança porque é que ela está a reagir assim – como alguns livros sugerem – a melhor estratégia para validar os sentimentos dos mais novos é, muitas vezes, simplesmente estar lá ao lado para os ouvir e apoiar. Da próxima vez que tiver que lidar com uma birra experimente manter o máximo possível a sua calma e simplesmente sentar-se ao lado da criança e dizer “É difícil, eu sei. Estou aqui”. Apesar de a criança poder continuar a reagir algo descontroladamente, se continuar a evitar reagir no mesmo nível de descontrolo, é provável que ela acabe por se acalmar. Desta forma não irá aumentar a tensão de uma situação já difícil.

Esta pode parecer uma estratégia demasiado passiva e benevolente, mas de acordo com Englund, num momento inicial de intenso descontrolo emocional o mais importante é mesmo conseguir que a criança se acalme. Apenas depois se poderá começar a perceber como resolver ou corrigir o problema. Lembre-se: para que a criança se acalme, você tem também que permanecer calmo.

 

 

 

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