6 dicas para escrever uma carta de motivação eficaz

A Escrivaninaha (equipa de serviços linguísticos e de edição) partilha consigo algumas recomendações que deve seguir, caso deseje alcançar o emprego dos seus sonhos.

Escrever uma boa carta de motivação para nos candidatarmos ao emprego que tanto almejamos pode não ser tarefa fácil. Afinal, por onde começar? Qual a extensão ideal do texto? A quem o dirigir? Qual o tom ideal da carta? Que tipo de linguagem usar?

Muitas são as perguntas que nos assaltam no momento de escrever esse texto que funciona como a nossa primeira apresentação, acabando por consistir também numa breve argumentação de porque é que devemos ser nós, e não outros, os felizes contemplados com o emprego em questão.

Se este é um texto que pode determinar o nosso futuro profissional, devemos, obviamente, dedicar-lhe tempo e atenção — o que não significa (atenção!) que escrevamos imenso. Pelo contrário!

É, sim, essencial depurar e polir o texto — pelo que entre uma página a uma página e meia de parágrafos curtos deve ser suficiente para passar, de forma sucinta, por todos os tópicos que abaixo referimos.

Conheçamos, então, a estrutura da carta de motivação, já que há alguns pontos que ela deve contemplar.

São eles:

 

1) A saudação. Dirigir a carta a uma pessoa ou entidade específica (por exemplo, alguém num cargo de direcção ou, então, à instituição/empresa a que te candidatas), numa saudação do género: «Caro(a)/ Exmo/a Coordenador(a/) Director».

 

2) A apresentação. Integrar a apresentação de quem és, indicando a tua formação académica e experiência profissional, sobretudo aquela que for relevante para o cargo a que te estás a candidatar. Claro que, à partida, terás mais oportunidades de conseguir o lugar se os empregadores detectarem uma certa coerência e alguma relação ou vínculo entre os teus estudos/experiências laborais e a posição a que candidatas.

 

3) O corpo do texto: a ‘justificação’. Esclarecer a razão da tua candidatura: afinal, porque te candidataste a este emprego? Quanto mais genuína for a tua vontade de conseguir esse emprego, mais fácil será demonstrá-lo numa frase — sim, neste tipo de texto a sinceridade ‘topa-se a léguas’, a não ser que sejas um verdadeiro poeta e um exímio fingidor! Aqui poderás demonstrar (brevemente) porque é que este emprego é realmente importante para ti e porque é que vai ao encontro dos teus gostos e interesses pessoais e profissionais. É, por isso, fulcral que personalizes a resposta a esta posição específica. Portanto, não vale utilizar coisas gerais que poderiam estar numa outra carta de motivação, já que é essencial que quem a leia sinta que estás, de facto, a candidatar-te com todo o teu empenho àquele emprego naquela instituição/empresa e não noutra.

 

4) O corpo do texto: a argumentação. Dar argumentos para que o empregador veja em ti o candidato ideal. Como? Estabelecendo uma ligação entre o que foi dito anteriormente, na secção 3), e adicionando as características — algumas pessoais, mas sobretudo profissionais — que constituem vantagens que podes trazer para a posição em questão. Mas, calma! Isto não significa que enumeres uma longa lista das tuas qualidades pessoais e profissionais (ainda que as tenhas). Afinal o captatio benevolentiae — isto é, a tua capacidade de captar a empatia do teu leitor — é essencial para convenceres o leitor-empregador. Por isso, diz das tuas qualidades mas mantém a humildade.

 

6) A despedida e assinatura. Despedires-te com as formalidades devidas é fundamental. Por exemplo: «Cordialmente/ Com os meus melhores cumprimentos» e, claro, assinando o teu nome — que, esperemos, fique na memória do empregador.

 

Quanto à linguagem, deves optar por um estilo:

 

  • objetivo e conciso —indo directo ao assunto e sem divagar (pesa cada palavra antes de a escrever);
  • formal— evitando expressões coloquiais, características da oralidade — e, claro, evitando também um discurso demasiado pessoal e sentimental. Foge de frases do tipo: «Este é o emprego dos meus sonhos»; «Desde pequeno que pretendo trabalhar na vossa empresa»Estás a candidatar-te a um emprego e não a pedir encarecidamente um favor à tua fada madrinha. Por isso, apela ao teu bom senso quando abrires o documento word para escreveres a tua carta de motivação.

 

É também essencial que revejas o texto para garantires que nenhuma gralha ou erro deita tudo por água abaixo. Se o cargo a que te candidatas for na área das Humanidades é ainda mais importante que o texto seja irrepreensível.

Lembra-te: um bom texto pode ajudar-te a conquistar a posição que tanto ambicionas!

 

Elsa Alves

(texto escrito de acordo com a antiga ortografia)
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