Partilhar

Aos 84 anos a atriz Isabel Ruth edita hoje o seu primeiro álbum, “Português Suave”

A atriz Isabel Ruth, conhecida sobretudo pela carreira no cinema, edita hoje, aos 84 anos, o primeiro álbum, “Português Suave”, feito de canções simples, genuínas, nas quais canta “o amor que reside em cada um”.

8 Novembro 2024
Forever Young com Lusa

 

A música sempre fez parte da vida de Isabel Ruth, que começou por ser bailarina e desde muito nova ouvia música clássica, antes de entrar no mundo da representação, recordou em entrevista à agência Lusa a atriz de “Verdes Anos” e “Mudar de Vida”, de Paulo Rocha.

Chegou a ter lições de guitarra – três – quando era “muito nova”, mas acabou por desistir. Apesar disso, andou sempre com uma guitarra atrás. “Nunca me separei da guitarra”, contou, recordando que foi quando viveu em Ibiza, na década de 1970, que começou a perceber que “com muitos poucos acordes podia fazer canções”.

“Como é que faço canções? Da mesma maneira que me surgem melodias de que não estou à espera. Por uma razão qualquer, pego na viola a descobrir uns acordes e a melodia não está na guitarra, está na minha cabeça. Depois, como tenho muitas limitações musicais, porque nunca aprendi música, limito-me aos acordes que sei”, partilhou.

Ao vestir a pele de crítica, classifica as canções que faz como “muito genuínas” e com letras “que surgem com a melodia” e “têm muito significado”.

“Acho que é uma música mesmo do coração, das entranhas. É uma coisa mais para uma pessoa ouvir [com atenção] a letra que está lá”, disse.

O tema das canções que estão no disco “é sempre o amor”. “Mas não o amor romântico. O amor. O amor que reside em cada um de nós. Quando falo de amor, estou a falar do amor em mim, não do amor por alguém”, explicou.

Quando escreve poemas, ou letras de canções, Isabel Ruth faz “o elogio ao amor”, até porque “na Arte tudo vem do amor”, “um estado que é pacífico, amoroso, mas pode ser também doloroso”.

“Qualquer inspiração tem sempre que partir de um lado quase que não é palpável. É esse lado nosso que nos transcende. Na música, como na pintura – gosto muito de desenhar – nós vamos em busca da transcendência, sair do quotidiano”, partilhou.

Além das letras, Isabel Ruth é também autora das melodias, que “são muito simples”, e às quais foram depois adicionados os arranjos, que são como “a folhagem que se junta às rosas num ‘bouquet’”.

Quando começou a criar canções, a atriz fê-lo sem qualquer pretensão de um dia as editar. “Fazia canções como faço desenhos”, disse.

Mas há uns 15 anos acabou por decidir mostrar o que fazia ao responsável de uma editora, que “achou que havia ali qualquer coisa, mas desistiu”.

O processo foi moroso. Fez várias tentativas, teve “muita gente interessada”, mas por uma razão ou outra acabava por não acontecer.

Estar viva e “relativamente saudável, porque ninguém está completamente saudável”, foi a conjugação de fatores necessária para aos 84 anos editar o primeiro disco.

Não se assume cantora – “não tenho grande voz, eu sei, tenho pouca voz” – mas se a vida voltasse atrás gostava de ter sido.

Fez teatro, interpretou autores como Fernando Pessoa, Nikolai Gogol, Marguerite Duras. No cinema, trabalhou com Manoel de Oliveira, António de Macedo, Fernando Lopes, José Álvaro Morais, Margarida Gil, João Botelho, Teresa Villaverde, Cláudia Varejão, gerações de realizadores. Em “Édio Rei”, de Pier Paolo Pasollini, foi a criada de Jocasta. Foi premiada, homenageada na Cinemateca Portuguesa com um ciclo em seu nome e com o livro de João Bénard da Costa “A Dupla Vida de Isabel Ruth”. E queria ser cantora.

“Eu queria ser cantora. Cantora e roqueira e música e tudo isso. Sinto que a minha vocação está mais virada para a música e para a dança do que propriamente atriz”, contou, recordando que começou a carreira na representação “quase que empurrada pelo marido”, que era ator.

Apesar de “Português Suave” ainda não ser o álbum com que sonhava – “quero uma orquestra” – está satisfeita com o resultado final.

“Mas mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar. Isto é muito válido, da maneira como foi feito. Não acredito que agora vá ter um grande sucesso, mas isto é uma prova de que há aqui qualquer coisa que tinha que acontecer”, disse.

No álbum, com produção e direção musical do músico e produtor Agir, Isabel Ruth é acompanhada apenas ao piano, por Manuel Oliveira.

A ligação com Agir começou quando gravaram juntos “Madalena”, tema da autoria de Isabel Ruth, incluído no álbum “Cantar carneiros”, do músico, editado em 2022.

Embora tenha criado mais canções entretanto, Isabel Ruth não tem “planos nenhuns” de as editar.

“Isto foi para mim um processo tão chato ao mesmo tempo, tão difícil, porque criou-me muita ansiedade, não foi uma coisa assim ‘temos aqui uma brutalidade de dinheiro’. Eu julgava que chegava ao estúdio e gravava aquilo tudo, que tinha este instrumento e aquele e aqueloutro. Mas mesmo assim estou cheia de sorte, porque consegui um disco”, partilhou.

Em edição de autor, com apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), “Português Suave” é editado em vinil e está disponível desde hoje nas plataformas de ‘streaming’.

Entretanto, Isabel Ruth irá continuar a pegar na guitarra e a ver surgirem músicas de que não estava à espera: “São coisas que eu não sei de onde vêm. São muito simples. São genuinamente simples”.

JRS // MAG

Lusa/Fim

Mais Recentes

Sexo: mitos sobre que precisa (mesmo) de esquecer para viver uma sexualidade mais feliz

há 11 horas

Estas são as mentiras (inocentes) que contamos num primeiro encontro

há 11 horas

10 superalimentos perfeitos para proteger a sua visão

há 12 horas

10 truques (eficazes) que as lojas utilizam para nos fazer gastar mais dinheiro

há 12 horas

Não entre em pânico: 6 estratégias eficazes para evitar o aumento de peso durante o Natal

há 13 horas

Nem bicarbonato nem limão: esta é a mistura eficiente para tirar o bolor da casa de banho

há 13 horas

Uma mão cheia de dicas do que fazer no supermercado quando vai às compras com o objetivo de emagrecer

há 14 horas

Beber cerveja semanalmente pode ajudar a evitar artrite, é o que assegura este estudo

há 14 horas

Nelson Freitas anuncia celebração dos 25 anos de carreira no Coliseu

há 15 horas

O Natal chegou à Gleba: bolo-rei, panettones e pastelaria de Juliana Penteado

há 15 horas

Tenha um Natal digno de reis: descubra aqui onde

há 15 horas

Cascais celebra Natal com árvore gigante, música e gift cards

há 15 horas

9 em cada 10 portugueses não se importariam de receber prendas de natal em segunda mão

há 15 horas

Demência: o ator Bruce Willis não se lembra da ex-mulher Demi Moore e das filhas de ambos

há 16 horas

Nem verde nem de hibisco, esqueça o chá: esta é a bebida para perder a barriga

há 17 horas

Kate Middleton arriscou e usou (da cabeça aos pés) a cor tendência das redes sociais

há 17 horas

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica: «É uma patologia limitante, mas o conhecimento sobre a doença e o autocuidado levam a caminhos de superação», Sara Durães, médica de Medicina Interna

há 17 horas

A ceia de Natal deste ano vai custar mais aos portugueses: estes são os produtos que aumentaram (e muito) de preço

há 19 horas

Muita sorte e carteira recheada: estes signos que vão acabar o ano de 2024 em grande

há 19 horas

Crédito pessoal: todo o cuidado é pouco, por isso previna-se com estes conselhos

há 19 horas

Subscreva à Newsletter

Receba as mais recentes novidades e dicas, artigos que inspiram e entrevistas exclusivas diretamente no seu email.

A sua informação está protegida por nós. Leia a nossa política de privacidade.