Muitas estão a resgatar roupas do ano passado e outras optam por comprar roupas novas para este verão. Mas, entre estas últimas, há cada vez mais a optar por roupas em segunda mão. E há boas razões para isso: este novo modelo de consumo em que se compra e vende roupa em segunda mão em bom estado está a ganhar adeptos em Portugal a um ritmo acelerado.
A propósito do Dia Internacional da Reciclagem, que se celebra a 17 de maio, a InPost, empresa tecnológica especializada em entregas não domiciliárias, quis sensibilizar as pessoas que optam por uma nova forma de consumo, escolhendo comprar roupa em segunda mão para renovar o seu guarda-roupa para o verão.
De acordo com um estudo de 2023 encomendado à GfK por uma plataforma digital de compras e vendas em segunda mão, 62% dos inquiridos em Portugal já comprou um artigo reutilizado e 64% já fez o mesmo em termos de venda.
E, apesar do vestuário usado ser uma das categorias menos apelativas para os consumidores portugueses, a sua popularidade tem vindo a crescer todos os anos. A verdade é que se trata de uma tendência muito popular no resto da Europa, pois permite a compra de produtos de marcas de topo a preço muito mais baixo e oferece uma segunda oportunidade a roupas em bom estado às quais pode ser dada uma nova vida.
Sustentabilidade e moda
De acordo com informação da Agência Portuguesa do Ambiente divulgados pela Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção, um conjunto de sete entidades com contentores de recolha de vestuário para reutilização, recolhe anualmente 26.800 toneladas de resíduos têxteis. Contudo, todos os anos são recolhidas 200.756 toneladas de resíduos têxteis em Portugal (dados de 2017) em contentores de resíduos urbanos espalhados pelo país – o que significa que acabam em aterros sanitários.
“Todos nós gostamos de comprar roupa nova, mas chega uma altura em que não temos espaço para a guardar. Por isso, cada vez mais pessoas estão a optar por dar uma segunda vida a roupas que estão em bom estado, mas que já não querem ou precisam. Isto criou um novo ecossistema de compra e venda de roupa em segunda mão, que também é sustentável, porque é uma forma de reutilizar produtos que podem ser usados por muitas outras pessoas”, explica Nicola D’Elia, CEO para Portugal, Espanha e Itália do grupo InPost.
A empresa de entregas não domiciliárias, através da sua rede híbrida de Ponto Pack e Lockers, procura promover canais de consumo alternativos que nos ajudem a ser mais sustentáveis.
Em 2022, a InPost selou um acordo de parceria com o maior mercado de roupa em segunda mão privado da Europa para oferecer a opção de entrega não domiciliária ao efetuar compras nessa plataforma online.
“O nosso objetivo é contribuir para comportamentos mais sustentáveis no nosso dia a dia, especialmente na compra de produtos de que necessitamos, pelo que acreditamos que, juntamente com a comprovada sustentabilidade da opção de entrega não domiciliária da InPost, podemos reforçar ainda mais este compromisso, impulsionando a compra de produtos em segunda mão”, explica D’Elia.
De acordo com estudos encomendados pela InPost, a entrega não domiciliária reduz as emissões de CO2 até 84% em comparação com a entrega tradicional.
Para a InPost, o ponto de equilíbrio é integrar as compras em segunda mão como uma opção tão válida como a compra de um produto novo. “Não defendemos que se elimine a compra de produtos novos, porque isso não faz qualquer sentido, mas sim que se considerem as lojas de segunda mão no planeamento das nossas compras porque, em certos cenários, pensamos que pode ser uma opção e, para além disso, pouparemos dinheiro, uma vez que são normalmente produtos que têm um preço significativamente mais baixo”, salienta.
Eventos como o Dia Internacional da Reciclagem ajudam-nos a compreender a magnitude dos problemas e as soluções que estão nas nossas mãos para os resolver. Com pequenas mudanças nos nossos hábitos de vida, como comprar mais vezes roupa em segunda mão, podemos continuar a estar na moda sem prejudicar o planeta.
“Este verão pode ser uma boa altura para começar e escolher uma loja de segunda mão, ou a secção de roupa reutilizada das grandes lojas que já as têm, para procurar roupas que nos façam ficar bem para o verão e nos deem a satisfação de contribuir para um consumo mais sustentável”, concluiu D’Elia.