Partilhar

Dia Mundial do Meio Ambiente: crianças temem as alterações climáticas (preocupações podem ter impacto na sua saúde mental)

Estudo do MARE alerta que preocupações climáticas podem ter impacto negativo na saúde mental dos mais novos

5 Junho 2024
Sandra M. Pinto

Desenvolvido no âmbito do programa educativo ‘O MARE vai à Escola’, um estudo recente do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente revelou que existem diferenças significativas entre o que as crianças sabem sobre as alterações climáticas e o que realmente querem saber. O mesmo estudo mostrou que os mais novos têm consciência da gravidade destas alterações e lança o alerta de que essa mesma consciência pode interferir na sua saúde mental.

 

De acordo com os investigadores envolvidos no estudo, a ansiedade relativamente a temas como as alterações climáticas surge como consequência, não só da informação recebida por estas crianças na escola, como também do contacto com os media e das conversas com familiares e amigos.

“As crianças são o futuro, mas também o presente. É necessário apoiá-las, disponibilizar informação adaptada às suas capacidades cognitivas e fornecer conhecimento, tendo sempre a preocupação de não exacerbar as suas dúvidas e ansiedades. A isso chamamos esperança construtiva, um conceito que está relacionado com o envolvimento ambiental positivo e que parece desempenhar um importante papel motivacional entre os mais novos”, começa por explicar Zara Teixeira, autora principal do estudo, e investigadora do MARE do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra.

Segundo a informação recolhida pelos investigadores do MARE, as crianças acreditam ter consciência da gravidade de problemas como as alterações climáticas e demonstram interesse no seu impacto, o que levanta questões sobre o rumo das iniciativas de educação e comunicação nesta área – se não forem ensinadas de forma correta, as alterações climáticas podem revelar-se uma ameaça psicológica pela ansiedade que causam e pelo declínio do bem-estar mental nos jovens.

“Vemos a educação climática, e a promoção de esperança construtiva, como fundamentais, não só na promoção do envolvimento pró-ambiental, mas também na neutralização das emoções negativas”, continua Zara Teixeira, para quem a educação climática “deve incluir uma forte dimensão de esperança e recorrer à implementação de estratégias que permitam aos alunos mudar de perspetiva e confiar em atores sociais, aumentando a consciência, o sentimento de partilha de responsabilidade e a crença de que estas alterações podem ser mitigadas através da transformação de comportamentos”.

O que “sabem” vs. o que querem saber

 

O estudo concluiu, ainda, que em iniciativas futuras se devem espelhar as experiências e a realidade das crianças, mas também alargar os campos do conhecimento. Isto porque, apesar de declararem conhecer o conceito de alterações climáticas, as crianças não se mostraram capazes de especificar tópicos que gostassem de aprender sobre esta temática. Se, por um lado, as crianças foram bastante específicas nos temas sobre os quais acreditam ter algum conhecimento (a maioria relacionados com as consequências, as causas e o conceito de alterações climáticas), por outro lado, declararam que gostariam de saber mais sobre como, o quê, quando e porquê ocorrem estas mudanças.

Convidados a detalhar os tópicos sobre os quais gostariam de adquirir conhecimento, as crianças apontaram temas que já haviam revelado conhecer (poluição, relação com os seres vivos, alterações no gelo marinho), o que pode ser um indicativo de que o seu conhecimento sobre as alterações climáticas não é suficiente para solicitar aprendizagem sobre questões específicas para além daquelas sobre as quais já parecem ter alguma informação.

O estudo concluiu, assim, que embora os conhecimentos e interesses prévios devam ser tidos em conta na conceção de iniciativas de comunicação científica em contextos educativos (como forma de motivar para o tema), as soluções a levar para as salas de aula devem basear-se em iniciativas que alarguem campos de conhecimento e introduzam abordagens inovadoras que permitam compreender a complexidade do tema.

O que sabem, afinal, as crianças sobre alterações climáticas?

 

Os alunos estudados mostraram-se conscientes do fenómeno das alterações climáticas e reconheceram as suas causas antropogénicas, bem como as suas consequências, quer para o homem, quer para o ambiente. No entanto, tiveram dificuldade em identificar estratégias para as combater, mas mostraram particular interesse em aprender mais sobre elas.

Da mesma forma, os alunos demonstraram um grande interesse em compreender quão grave podem vir a ser as alterações climáticas e em aprender sobre como, onde, quando e porque ocorrem (contexto).

Temas como as alterações do gelo marinho, a poluição e os efeitos nos seres vivos estão entre os mais populares, os mesmos sobre os quais as crianças gostariam de adquirir conhecimento.

 

O que é ‘O MARE vai à Escola’?

 

O MARE-Centro de Ciências do Mar e do Ambiente tem, desde 2015, um programa educativo direcionado aos ciclos da escolaridade obrigatória. Composto por atividades internas, incluídas nas aulas, e externas, desenvolvidas fora da escola através de atividades educativas informais, ‘O MARE vai à Escola’ foi um dos primeiros programas do género em Portugal. Totalmente desenvolvido e liderado por investigadores, entre 2015 e 2019 chegou a mais de 40 mil alunos de 358 escolas, abrangendo temas como a sobrepesca, o lixo marinho, a biotecnologia, a biodiversidade marinha e as alterações climáticas. Foi essa a comunidade analisada no presente estudo.

 

Mais Recentes

Temperaturas baixas? Descubra como proteger a bateria do seu veículo elétrico com estas recomendações

há 6 horas

Mafra é agora roupa de mesa em 100% linho: perfeito para a época festiva

há 7 horas

A tradição já não é o que era: descubra as receitas de Natal que todos conhecemos, mas com ingredientes alternativos

há 8 horas

«Aqui a celebração do Ano Novo vai ser em grande», garante o Barceló Funchal Oldtown

há 8 horas

Depois do sucesso do Aethos Ericeira, a cadeia hoteleira chega a Espanha

há 9 horas

Mais de 80% dos portugueses que vão viajar na passagem de ano preferem visitar locais dentro da Europa

há 10 horas

A cantora brasileira JADSA atua em Portugal no início de 2025

há 10 horas

Parece fácil, mas não é: conheça os passos essenciais para um ótimo corte de barba

há 10 horas

Nem Paris nem Roma: esta ilha com forma de coração é o destino mais romântico

há 11 horas

Tratamentos e massagens com descontos até 50% estão à sua espera: mas há um prazo para usufruir desta oferta

há 11 horas

Vá para a neve em grande estilo: conheça os looks certos que ecoam elegância e aconchego (além de bom gosto)

há 11 horas

Ver tubarões no mar é normal; vê-los, literalmente, espetados num telhado nem tanto

há 11 horas

Neste pequeno país é proibido usar chapéus e óculos de sol por respeito ao chefe da aldeia

há 12 horas

Nestes países celebrar o Natal é punível até com a morte: e estas são as razões

há 12 horas

Cancro do pulmão: «Tem havido progressos significativos nos tratamentos que oferecem novas opções para doentes com doença avançada», José Miranda, cirurgião torácico

há 12 horas

Nunca mais vai precisar de lavar o edredom: com este truque vai poder limpá-lo sem usar a máquina de lavar

há 13 horas

Programas especiais para celebrar o Natal e o Ano Novo é a proposta dos Hoti Hoteis

há 13 horas

PHC Hotels e Operação Nariz Vermelho: uma parceria que transforma vidas com sorrisos

há 13 horas

Celebre o Natal com afeto e delicadeza: esteja atento aos cuidados da pele sensível dos mais pequenos

há 13 horas

Preocupa-se com a saúde da sua visão? Conheça este espaço e descubra um conceito inovador de cuidados óticos em Portugal

há 14 horas

Subscreva à Newsletter

Receba as mais recentes novidades e dicas, artigos que inspiram e entrevistas exclusivas diretamente no seu email.

A sua informação está protegida por nós. Leia a nossa política de privacidade.