Dificuldade em recuperar dos excessos da passagem do ano? Perceba como a idade influencia a forma de lidar com o álcool

Os especialistas parecem confirmar que um organismo mais envelhecido tem mais dificuldade a lidar com os efeitos da bebida

A época festiva, e sobretudo a noite de passagem do ano, é habitualmente uma altura conhecida não só pelos excessos alimentares, como pelo elevado consumo de álcool. Para muitos é natural acompanhar todos estes momentos de festa com uma bebida alcoólica – seja ela o vinho, uísque, champagne, etc.

O mais provável é que nesta passada passagem do ano tenha bebido um pouco mais do que habitual e esteja ainda a sentir os efeitos negativos dessa decisão. A verdade é que muitos fatores determinam qual a quantidade de álcool que uma determina pessoa pode ingerir antes de sentir o impacto do álcool no organismo. A medicação que se toma, as hormonas ou até a forma como a bebida foi feita, tudo isto pode influenciar o processo de digestão deste tipo de bebida.

Adicionalmente, e segundo os especialistas, a própria idade da pessoa influencia fortemente a sua capacidade de lidar com a bebida. De uma forma muito simples, a partir dos 40, o nosso corpo já não consegue digerir tão eficazmente o álcool. As enzimas no nosso organismo (em particular a enzima ADH) responsáveis pela digestão do álcool são determinantes neste processo. Quanto menor for a presença da enzima ADH no nosso organismo, menor será a capacidade de evitar a entrada do álcool no nosso sistema. Ora, as mulheres são conhecidas por ter níveis menores de ADH quando comparado com os homens. Sendo que ao envelhecermos, todos vamos apresentando níveis menores e menos eficientes desta importante enzima, explicando assim uma maior dificuldade a lidar com os efeitos da bebida.

Por outro lado, a partir dos 50, a nossa composição corporal modifica-se, determinando que a proporção de água presente nos nossos tecidos musculares diminui. Assim, o organismo tem menos água disponível para dissolver o excesso de álcool. Tal como explica o professor de Harvard, Kenneth Mukamal não é por estar desidratado que tem maior dificuldade em processar este tipo de bebida, é simplesmente “porque o conteúdo de gordura e água nos nossos tecidos se modifica” a partir de uma certa idade.

De resto, a população mais envelhecida tem igualmente uma maior probabilidade de seguir uma determinada medicação que pode impactar este processo. Alguns medicamentos e comprimidos interferem com a forma como o organismo gere o álcool. Sobretudo os comprimidos que atuem sob o sistema nervoso, que baixem a pressão arterial ou que ataquem a ansiedade, podem reduzir fortemente a sua capacidade de ingerir bebidas alcoólicas.

Assim, apesar de poder obviamente continuar a apreciar o prazer de uma bebida, deve estar consciente de que o seu corpo já não será capaz de acompanhar o mesmo ritmo que tinha quando era mais novo. A moderação e a escolha de bebidas de qualidades, deverá assim passar a ter uma maior importância na sua vida.

 

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