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Eridu: a cidade mais antiga da humanidade está a reescrever a história da civilização

Imagem | David Stanley/Wikimedia Commons
1 Julho 2025
Forever Young

Novo estudo com imagens de satélite e drones mostra como a primeira cidade da história já tinha uma organização complexa há mais de 7.000 anos.

No coração do deserto mesopotâmico, no atual sul do Iraque, jazem os vestígios de Eridu, a cidade que, segundo a tradição suméria, recebeu dos deuses o dom da realeza. Agora, um estudo recente publicado na revista científica Antiquity lança nova luz sobre a importância desta metrópole ancestral, revelando uma rede urbana e agrícola altamente sofisticada, muito anterior às pirâmides do Egito.

A investigação foi liderada pelo geoarqueólogo Jaafar Jotheri, da Universidade de Al-Qadisiyah (Iraque), em colaboração com investigadores da Universidade de Durham (Reino Unido), e recorreu a imagens de satélite, drones e análises de campo para mapear mais de 4.000 canais secundários, 200 canais principais e cerca de 700 explorações agrícolas, todos associados à antiga Eridu e datados entre o 6.º e o 1.º milénio a.C.

A cidade onde nasceu a civilização

Eridu já era conhecida desde meados do século XIX, quando o diplomata britânico John George Taylor visitou o monte arqueológico de Tell Abu Shahrain. No entanto, foi apenas em 1946 que as escavações lideradas por Fuad Safar e Seton Lloyd revelaram a verdadeira dimensão do sítio: uma sucessão de templos sobre templos, erguidos ao longo de dois milénios, culminando num zigurate inacabado da terceira dinastia de Ur.

O templo de Enki, deus sumério das águas doces e da sabedoria, foi o centro espiritual da cidade, reconstruído vezes sem conta, acompanhando o surgimento de hierarquias sociais e da própria arquitetura monumental.

Agora, este novo estudo mostra que Eridu não era apenas um centro religioso. A cidade possuía uma estrutura hidráulica e agrícola planeada, que sustinha milhares de habitantes e exigia organização colectiva, conhecimento técnico e governação, ingredientes fundamentais da civilização.

Segundo os autores, esta descoberta ajuda a compreender como as primeiras cidades do mundo foram planeadas de forma interligada com os seus recursos naturais. A gestão da água  implicava redes de canais, drenagem, zonas agrícolas e espaços urbanos claramente definidos.

“Estas estruturas desafiam a visão simplista de que os primeiros assentamentos eram apenas agrupamentos informais de casas”, explica Jaafar Jotheri. “Eridu mostra que o urbanismo começou muito antes do que pensávamos”, conclui.