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Opinião: «Ser mãe depois do cancro? Sim, é possível», Catarina Marques, ginecologista

Artigo de opinião de Catarina Marques, ginecologista do IVI Lisboa.

8 Outubro 2024
Catarina Marques, ginecologista

O diagnóstico de um cancro é um rolo compressor na vida de qualquer pessoa. As inquietações são tão intensas que não deixam margem para sonhar ou projetar o futuro. No mês de consciencialização para o cancro da mama, é preciso apelar às mulheres para que não deixem de fazer planos para o futuro, incluindo os da maternidade, e que se informem sobre todas as formas que existem atualmente para preservar a fertilidade, como é o caso da criopreservação de ovócitos.

Entre as mulheres, o cancro da mama é o que tem maior expressão. Pode afetar uma em cada oito mulheres, muitas vezes jovens e com o sonho de constituir família. A radioterapia e a quimioterapia aceleram a diminuição natural da fertilidade. Uma vez que as hipóteses de engravidar de forma natural ficam diminuídas, é importante a mulher estar bem informada sobre a preservação do seu potencial reprodutivo.

É comum e compreensível que, no momento traumático do diagnóstico, a mulher pense apenas na sobrevivência e se esqueça de tudo o resto. Por esta razão, é importante que o médico converse com a sua doente, para perceber as suas necessidades e os seus sonhos. E, se a maternidade estiver entre os seus planos, o profissional de saúde deve prestar toda a informação necessária.

Há 15, 20 anos, a ciência pouco podia ajudar estas mulheres a cumprir o sonho da maternidade. Atualmente, ser mãe depois do cancro é uma possibilidade. Assistimos a uma grande evolução em todas as áreas, desde a Oncologia, à Medicina da Reprodução, o que permite abrir uma janela de esperança.

Os tratamentos podem afetar a fertilidade de forma mais acentuada ou totalmente. Depende da intensidade da quimioterapia e radioterapia, da natureza da própria doença, da saúde reprodutiva antes do diagnóstico e da idade da mulher. A partir dos 35 anos a quantidade e qualidade dos ovócitos cai de forma significativa, independentemente de haver ou não uma doença oncológica.

Congelar ovócitos prejudica os tratamentos?

Muitas mulheres questionam se a estimulação do ovário, para preservar a fertilidade, pode ter implicações negativas no prognóstico da doença. Os dados publicados sobre o acompanhamento de doentes oncológicas que foram aconselhadas a congelar ovócitos mostram taxas de sobrevivência semelhantes às que não congelaram.

A estimulação do ovário envolvida neste procedimento não afeta a evolução do cancro, porque os níveis de estrogénio atingidos com a medição utilizada são semelhantes aos observados num ciclo natural. A coordenação com a especialidade de Oncologia permite controlar os tempos para que este procedimento não influencie o tratamento oncológico subsequente ao qual a mulher vai passar.

Outra dúvida que normalmente surge nas consultas é que hipóteses de sucesso haverá quando o cancro for ultrapassado. Os resultados estarão sempre diretamente relacionados com a idade da mulher no momento da vitrificação dos ovócitos. Quanto mais nova for a mulher, mais hipóteses futuras terá de ser mãe com os seus próprios ovócitos.

Em relação ao melhor momento para tentar engravidar após os tratamentos oncológicos, a médica explica que será aquele que vier a ser definido pelo profissional de saúde nas consultas, em função do historial clínico da mulher.

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