Poupar desde cedo: dicas de literacia financeira para os mais novos que deve partilhar com os seus netos ou filhos

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É “de pequenino que se torce o pepino”. Num estudo do Banco Central Europeu de 2020, Portugal ficou no último lugar do ranking europeu de literacia financeira. A falta de acesso à educação financeira alimenta desigualdades económicas, pelo que é necessário democratizar o acesso à informação e ferramentas de gestão financeira. Como parte desta estratégia é importante que, desde cedo, as crianças estejam familiarizadas com o que é o dinheiro, como podem geri-lo, poupar e investir. Conversar sobre o tema pode ser tabu junto dos mais novos, no entanto são várias as dúvidas que acabam por surgir e é essencial esclarecê-las para promover boas práticas no futuro.De forma a ajudar pais e educadores que procuram incluir este tema na vida dos mais novos, a Goparity, plataforma de investimento colaborativo, apresenta cinco dicas para fomentar a literacia financeira das novas gerações:1. Consciencializar para a importância de poupar: Muitas vezes, a mesada ou semanada é o primeiro contacto real que as crianças têm com o dinheiro, pelo que é importante que, desde cedo, sejam incentivadas a geri-lo de forma responsável e ponderada. Uma estratégia simples que pode facilmente ser passada aos mais novos consiste em dividir o dinheiro que recebem em três partes: uma parte para gastar no dia-a-dia, outra para poupar para a compra de algo específico e mais dispendioso e, por fim, uma parte para doar ou investir.

2. Envolver as crianças em pequenas decisões financeiras: Em situações do dia-a-dia, como uma ida ao supermercado, definir um valor e pedir que as crianças ajudem a escolher alguns artigos pode ser uma estratégia a considerar para que comecem a ter uma perceção do custo de variados produtos, e compreendam a necessidade de, perante um valor previamente estipulado, gerir as suas decisões por forma a não o ultrapassar. Além disso, a criança vai sentir-se útil e incluída nas dinâmicas familiares dos mais velhos.3. Incentivar a tomada de decisões: A capacidade de tomar decisões deve ser estimulada desde cedo. Assim como acontece com os adultos, as crianças aprendem melhor quando existe margem para acertar ou errar. Apesar de caber aos educadores explicar e educar, se não houver espaço para que os mais novos decidam o que fazer com algumas das suas poupanças, estes terão, mais dificuldades em saber aplicá-las no futuro em desenvolver confiança e autonomia financeira.4. Usar exemplos reais e percetíveis: Quando se procura passar conceitos de literacia financeira é fundamental recorrer a exemplos que as crianças possam compreender. A linguagem utilizada deve ser o mais objetiva e descomplicada possível, usando como exemplo cenários familiares. Uma conversa complicada e aborrecida, sem uma dimensão lúdica, tem o risco de despertar associações negativas.5. Recorrer a jogos e atividades didáticas: Ensinar sobre finanças pode, e deve, ser divertido. Existem diversos jogos desenvolvidos para que as crianças aprendam mais sobre dinheiro e capacidades de gestão, sem sequer darem por isso. Além disso, esta estratégia proporciona tempo de qualidade em família.