Sabe o que é a espondilartrite axial?

Doença fortemente associada a dores nas costas inflamatórias e crónicas e que, se não for atempadamente diagnosticada e devidamente acompanhada, pode deixar sequelas impactantes na vida dos doentes.

É uma doença reumática inflamatória que afeta predominantemente as articulações da coluna vertebral e as articulações sacroilíacas e divide-se em dois tipos: Espondilite Axial radiográfica (classicamente denominada Espondilite Anquilosante) e Espondilartrite Axial não-radiográfica.

Não tem cura, mas tem tratamento.

A espondilartrite axial radiográfica ocorre mais frequentemente nos homens, enquanto a espondilartrite axial não-radiográfica afeta de igual forma os dois géneros. É tipicamente diagnosticada em pessoas com menos de 45 anos, mas na maior parte dos casos, os sintomas surgem entre os 20 e os 30 anos.

A espondilartrite axial não se transmite de forma obrigatória de pais para filhos, mas os familiares dos doentes com espondilartrite axial têm maior probabilidade de desenvolver a doença, devendo estar atentos à sintomatologia típica.

A prevalência na população portuguesa estima-se ser de 0,5%, sendo que a Espondilartrite Axial provoca um forte impacto na qualidade de vida dos doentes em situações habituais do dia a dia.

De acordo com o estudo arEA realizado em Portugal, 40% dos doentes com Espondilite Anquilosante – uma das formas existentes de Espondilartrite Axial – sentem as suas relações interpessoais afetadas e 35% tem algum grau de dificuldade em realizar tarefas físicas como limpar a casa ou ir às compras.

Estes doentes têm normalmente outras patologias associadas: 27% sofre de ansiedade, 25% de depressão e 22% sofre de fibromialgia e/ou transtorno do sono.

Para controlar a inflamação, prevenir danos estruturais, preservar a função, mobilidade e participação social do doente e consequentemente melhorar a sua qualidade de vida, é crucial uma combinação de intervenções não farmacológicas, como a prática regular de exercício físico adaptado e/ou de fisioterapia em alguns casos, com a instituição de terapêutica com fármacos adequados. Em todos os cenários, o acompanhamento por um Reumatologista e as tomadas de decisão em conjunto com o doente são fundamentais para uma boa gestão da doença e para se obterem os melhores resultados.

Se tem dúvidas ou dificuldades na gestão da doença pode recorrer à Associação Nacional de Espondilite Anquilosante (ANEA), à Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), e à Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) 

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