A Direção-Geral da Saúde (DGS) apelou hoje à população para fazer o rastreio às infeções pelo VIH e hepatites virais, no âmbito de uma iniciativa europeia que decorre esta semana e visa alertar para a importância do diagnóstico precoce, avança a Lusa.
“Estamos a falar principalmente de três doenças, sida, hepatite B e hepatite C, que são causa de morte”, mas para as quais “a medicina tem vacinas, tem cura e tem tratamento para salvar vidas”, disse à agência Lusa o diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais (PNHV) da DGS, Rui Tato Marinho
Os rastreios, que são gratuitos e anónimos, podem ser feitos em unidades móveis de várias organizações da sociedade civil espalhados pelo país.
“Através de uma gota de sangue, num minuto, conseguimos detetar três doenças muito silenciosas, muito ameaçadoras, potencialmente graves e, a partir daí, pessoas que não sabiam que estavam infetadas podem avançar para o tratamento, vacinação dos familiares” e no caso da hepatite C para a cura.
Segundo o relatório do PNHV 2022, entre 2015 e 2021 foram autorizados 30.086 tratamentos para a hepatite C, dos quais 28.844 já iniciados, revela a Lusa.
“Quando se restringe a análise ao universo de indivíduos que já concluíram o tratamento e em que se pode avaliar a resposta virológica sustentada, verifica-se que 18.074 estão curados (96,7%) contra 623 doentes não curados (3,3%)”, lê-se no documento, citado pela Lusa.
Questionado se estas doenças estão subdiagnosticadas em Portugal, Rui Tato Marinho considerou que irá haver sempre pessoas que não sabem que têm a doença.
“Como são doenças que evoluem de forma silenciosa, sem sintomas, durante muitos anos, até 30 anos, existirão sempre pessoas que não sabem que as têm”, comentou, citado pela Lusa, «por isso fazer o teste é a única maneira de saber que tem a doença».
“Não é preciso fazer TAC, nem ressonância, é apenas uma gota de sangue”, disse, lembrando que, com a covid-19, as pessoas habituaram-se a realizar testes, que neste caso também salvaram e quebraram cadeias de transmissão da doença, refere a Lusa.