Vacina contra a Covid-19 disponível para (quase) todos em 2021? Eis 5 razões para estar otimista

Perceba qual o verdadeiro estado atual da investigação médica e científica.

À medida que o Outono se aproxima muitos procuram saber exatamente quando teremos disponível uma vacina capaz de nos proteger contra o coronavírus. Sendo certo que praticamente ninguém acredita que seja ainda possível criar uma vacina eficaz este ano e distribui-la a grande parte da população mundial, a verdade é que tudo indica que tenhamos boas novidades no início de 2021.

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Recentemente o cientista e especialista em doenças infeciosas William Petri explicou ao portal Considerable porque acredita que a vacina poderá já estar disponível no primeiro trimestre de 2021.

Eis 5 razões apresentadas por este especialista que nos permitem manter a esperança numa futura cura eficaz.

 

  1. O nosso sistema imunitário é capaz de curar a Covid-19

Em praticamente 99% do total dos casos, os pacientes conseguem recuperar da infeção e eliminar o vírus do seu corpo. Mesmo nas situações em que os indivíduos infetados permanecem com níveis pequenos do coronavírus no seu corpo durante mais alguns meses, a verdade é que o risco de transmissão parece deixar de existir após 10 dias dos primeiros sintomas da doença.

Esta situação irá facilitar a eficácia de uma eventual vacina. A SARS-CoV-2 não sofre o mesmo tipo de mutações que vírus mais complexos como o VIH registam, como tal torna-se mais simples para o sistema imunitário – ou para vacina – criar uma resposta mais direta capaz de eliminar o vírus.

  1. Anticorpos contra a proteína “spike” podem prevenir infeções

Na teoria a vacina irá em parte conseguir ser eficaz pois irá induzir a produção de anticorpos contra a proteína de espícula (ou “spike”) que existe na superfície do coronavírus. Este vírus necessita destes “picos” para se prender e introduzir nas células humanas. A investigação tem sido capaz de identificar que os anticorpos – como os que são produzidos pelo sistema imunitário – têm capacidade de neutralizar esta proteína “spike”, impedindo que o coronavírus infete as células testadas em laboratório.

Algumas das vacinas que se encontram já em testes clínicos têm demonstrado a capacidade de replicar esta ação, aumentando o número de anticorpos que “atacam” esta proteína e protegem as células.

  1. Somos capazes de criar uma vacina segura

À medida que os investigadores vão identificando e descobrindo potenciais efeitos secundários da vacina nos testes clínicos maior capacidade terão de os saber evitar na versão final da vacina. Entre os efeitos secundários já identificados encontra-se o facto de os anticorpos parecem não neutralizar o vírus e, ao invés, permitir que este entre nas células através de um outro recetor. Ora, entretanto, os investigadores já compreenderam que a imunização da proteína “spike” é fundamental para evitar este resultado.

Um outro potencial problema identificado em alguns testes clínicos foi a possibilidade de uma reação alérgica que cause a inflamação dos pulmões. No entanto, também neste caso, os investigadores são já capazes de “desenhar” vacinas que evitem este tipo de efeito secundário.

  1. Diversos testes clínicos fase 3 estão já a acontecer

Este é o último passo antes da eventual aprovação da vacina. Aqui a vacina passa a ser testada em milhares de indivíduos para perceber exatamente se ela previne a infeção SARS-CoV-2 e se não existem perigos para a saúde dos participantes.

Das várias vacinas que estão em desenvolvimento, existem já algumas nesta fase final. A vacina produzida pela Moderna e a vacina da Oxford-AstraZeneca iniciaram a sua Fase em Julho. Dentro de semanas outras equipas de desenvolvimento vão igualmente começar estes testes.

  1. Acelerar da produção e distribuição da vacina

Milhões de euros estão a ser aplicados um pouco por todo o mundo para garantir a produção em massa destas vacinas. Ainda antes de termos uma aprovação final já a indústria se está a preparar antecipadamente para esse momento. Isto será fundamental para não atrasar a distribuição em massa, garantindo a total segurança e eficácia desse processo. Diversos Governos têm já fechado contratos com empresas de distribuição para assegurar que as vacinas estarão disponíveis nos hospitais e nas clínicas.

 

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