61% dos portugueses consideram comissões bancárias elevadas, revela estudo

O valor das comissões aplicadas às contas à ordem tem sido um grande fator de peso na relação dos portugueses com as entidades bancárias com as quais trabalham

Um estudo independente levado a cabo pela instituição financeira de pagamentos Nickel em parceria com a DATA E, revela que mais de metade dos portugueses demonstram um crescente descontentamento com os custos e a acessibilidade aos serviços bancários. A insatisfação tem sido impulsionada, principalmente, pelas  comissões de manutenção elevadas e pela restrição dos horários de funcionamento. O relatório também revelou que 6 em cada 10 portugueses trabalham com mais do que um banco, diversificando e procurando encontrar as soluções financeiras mais adequadas para as suas necessidades.O valor das comissões aplicadas às contas à ordem tem sido um grande fator de peso na relação dos portugueses com as entidades bancárias com as quais trabalham, sendo que mais de 61% dos inquiridos consideram as comissões de manutenção que pagam demasiado elevadas. Mais de 47% dos participantes no estudo declaram pagar até 60 euros por ano de comissão, 26% dizem gastar entre 60 a 120 euros e 2% têm consciência de pagar mais de 120 euros por ano só na comissão de manutenção. Transversalmente, 22% consideram não ter qualquer comissão associada à sua conta bancária e 3% não sabem quanto pagam.Outro fator que tem contribuído para a insatisfação dos portugueses é o horário de funcionamento das instituições financeiras, que é considerado pouco adequado por 55% dos inquiridos. Atualmente, as agências bancárias estão abertas das 08h30 até às 15h durante os dias úteis, um horário que, frequentemente, entra em conflito com o período de trabalho da maior parte dos portugueses, afetando a flexibilidade e a acessibilidade aos serviços.Refletindo nas conclusões do estudo, João Guerra, CEO da Nickel em Portugal, acrescenta: “As comissões bancárias são uma problemática recorrente do setor financeiro nacional que, devido aos tempos de instabilidade económica por que passamos, têm sido uma preocupação crescente dos portugueses. Certo de que a rentabilidade é um aspeto fundamental para todos os players financeiros, torna-se necessário reavaliarmos os modelos de funcionamento da banca, dotando-a de maior flexibilidade e garantido que as pessoas pagam, com mais exatidão, aquilo que corresponde apenas às suas necessidades. A mesma lógica deve ser aplicada à questão do funcionamento restrito das agências bancárias, encontrando soluções que potenciem o contacto direto da entidade com o consumidor de forma inovadora”.O descontentamento com o estado das soluções financeiras nacionais tem também levado os portugueses a diversificar a sua utilização por diferentes produtos e entidades bancárias, na procura das melhores ofertas para diferentes objetivos na gestão do seu dinheiro. Neste sentido, o estudo concluiu que a maioria dos inquiridos trabalhavam com mais do que um banco por três razões principais: poder diversificar as entidades onde guardam o seu dinheiro e assim diminuir o risco de perda, possuir uma conta poupança ou de investimento separada da conta à ordem e ter mais opções de produtos e serviços financeiros.