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Tem filhos ou netos adolescentes? Está a par da sua saúde mental?

Ansiedade, mudanças de humor e dificuldade em dormir encabeçam os problemas sentidos pelos adolescentes, fruto da atividade online

1 Março 2023
Sandra M. Pinto
Estamos a fazer menos sexo? A culpa é da internet

Adolescentes e progenitores encontram-se, muitas vezes, em lados opostos quanto às atitudes e perceções sobre as consequências das experiências e do tempo passado online. As respostas dos jovens ao inquérito da DECO PROTESTE retratam hábitos instalados, sobretudo nas redes sociais, entre as quais o Instagram é o grande protagonista.

A ansiedade, as alterações de humor e a dificuldade em dormir são as maiores maleitas relatadas por, no mínimo, três em dez adolescentes. Mas os ataques de raiva e a depressão também fazem parte da lista. Outra conclusão do estudo é a consciência dos comportamentos dos jovens divergir face à dos pais. O alheamento destes quanto à dimensão de certos hábitos na imensidão do mundo global atravessa o inquérito.

Saúde mental dos filhos escapa aos pais.

Quando questionados, 65% dos adolescentes reconhecem sofrer, pelo menos, de um problema causado, parcialmente, pelos hábitos online. As diferenças de perceção entre pais e filhos marcam as respostas nesta área. Aliás, a saúde mental é um dos campos com maiores assimetrias. A generalidade dos progenitores considera que os adolescentes têm um estado físico e mental melhor do que o avaliado pelos próprios. A ansiedade gera a maior cisão: 49% dos jovens identificam-se com este estado, mas só 17% dos pais o reconhecem. Seguem-se as mudanças de humor: 34% versus 18 por cento. Globalmente, os pais atribuem 8,4, em 10, à saúde mental dos descendentes, mas estes ficam-se pelos 6,8 pontos. Na saúde física e na qualidade de vida, em geral, a diferença é menor. As raparigas aparentam viver piores condições, nas dimensões referidas, do que os rapazes. Praticar desporto sinaliza uma melhor saúde mental e física.

Telemóveis, a porta de horas a fio para o online

Único e intransmissível, através do smartphone: assim é o acesso à internet para a grande maioria dos adolescentes. Ainda assim, um em quatro não tem computador para qualquer atividade online e 11% nem possuem um dispositivo partilhado. Situações às quais não é alheia a conjuntura económica mais desfavorável do agregado familiar. No tempo que os jovens despendem mergulhados no mundo virtual, não existem grandes diferenças entre a visão dos pais e a dos filhos: de ambos os lados, estimam a mesma duração de segunda a sexta e aos fins de semana: em média, respetivamente, 2h47m e 3h40m.

As consequências repercutem-se na saúde mental. Os adolescentes que passam mais tempo nas redes sociais, sobretudo nas férias, reportam mais problemas de índole mental e física.

A estudar?

A internet é a fachada conhecida para outros exercícios que não escolares. Embora haja uma margem de crédito da parte dos pais, a diferença é superior a 10% entre o tempo que pensam que os filhos consagram aos estudos e aquele que realmente passam a fazê-lo: 88% contra 75%, respetivamente. O contacto com conteúdos online para adultos é igualmente estranho aos progenitores, se comparado ao admitido pelos jovens. O género caracteriza, de algum modo, o tipo de preferências. Se os rapazes usam a internet sobretudo para jogar em grupo, as raparigas preferem-na para fazer compras. Os jovens também visitam mais sites para adultos.

Rede de redes

O plural intensifica-se quando se entra na questão. Não se trata de uma, mas de várias redes sociais. A maioria dos adolescentes paira entre quatro, ou mais. Contudo, a consciência desse número só atinge cerca de um terço dos pais, contra mais de metade dos jovens. O que se julga conhecer sobre as redes visitadas é dissemelhante em 30%, no caso, por exemplo, da Discord. Com a mesma percentagem de “desafinação”, a presença no Facebook é sobrevalorizada pelos pais, uma vez que os jovens, na realidade, migraram para outras redes. A média diária de permanência nas redes sociais supera as duas horas para 61% dos adolescentes.

A vida alheada dos adultos

Comportamento online, diálogo sobre as mensagens eróticas via telemóvel (sexting, abreviação de sex e texting) e limites para o tempo online são assuntos abordados entre pais e filhos. Mas com versões assimétricas. A maior regista-se no comportamento online: 48% dos pais afirmam ter abordado o assunto, enquanto só 27% dos adolescentes confirmaram essa conversa. Os adolescentes escudam-se mais dos pais nas redes sociais do que estes se apercebem. A criação de uma segunda conta e o bloqueio dos progenitores são recursos citados por mais do dobro dos filhos face aos pais. Os progenitores também não estão plenamente conscientes dos perigos online enfrentados pelos descendentes: pornografia, identidade roubada, hacking e divulgação online de imagens desapropriadas. Face ao tempo passado online, e que, de acordo com 40% dos adolescentes, aumentou durante a pandemia, não admirará a exposição a tais perigos. Mesmo assim, muitos consideram-se aptos para distinguirem entre sites seguros e inseguros, postura de algum modo secundada pelos adultos, quando, na maioria, confiam nos descendentes para agirem corretamente online. A cisão surge mais na limitação do acesso aos conteúdos adultos, com os jovens a oporem-se mais a semelhante medida.

 

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