As crises agudas podem surgir a partir de causas aparentemente inofensivas — o que é especialmente verdadeiro para quem sofre com alguma doença crónica. E até mesmo a proximidade de uma tempestade entra no rol de motivos.
Para quem dificilmente sente dores de cabeça, parece impossível, mas as diferentes condições climáticas estão na base destes efeitos. Os que sofrem de enxaqueca crónica, por exemplo, notam como uma mudança drástica de temperatura pode dar início a um novo episódio de dor.
Para quem possui alguns tipos de alergias, como a urticária colinérgica, a amplitude térmica também pode provocar algumas reações no organismo, incluindo dor de cabeça. Apesar dessa noção não estar tão difundida, já há quem reconheça a sua participação: a Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, elenca as mudanças de tempo como um dos fatores para desencadear dores de cabeça.
E, por incrível que pareça, a pressão atmosférica também é uma das variáveis . Ela não mostra sua força apenas quando as pessoas se deslocam para localidades de maior altitude, mas também quando uma tempestade está se a formar.
Acredita-se que essa condição climática, em específico, provoque algumas mudanças químicas em nosso cérebro, gerando esse desconforto. Um estudo, publicado no periódico Headache em 2010, vai nessa mesma linha. Os resultados sugerem que o nervo trigêmeo reage à redução na pressão atmosférica e isso provocaria a dor.
Outro estudo, da American Academy of Neurology, concluiu é que a elevação de temperatura em até 5 °C representou um risco 7,5% maior das pessoas sentirem dores de cabeça. E tal efeito era percebido cerca de 24 horas antes dos pacientes procurarem auxílio médico. A pressão atmosférica mais baixa, por sua vez, mostrou exercer impactos negativos no público, o que se manifestou em um período de 48 a 72 horas antes das pessoas procurarem um hospital.