A doença celíaca é uma doença intestinal autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten, que quando ingerido provoca danos intestinais, podendo levar a complicações graves.
O glúten consiste numa proteína presente no trigo, na cevada, no centeio e, por vezes, por contaminação cruzada pode também estar presente na aveia. Ou seja, durante o seu cultivo, transporte ou processamento ela pode contactar com algum destes cereais que contêm glúten naturalmente e ser contaminada, passando a não ser segura para consumo por doentes celíacos.
Mesmo a aveia que é certificada como sendo “sem glúten” pode causar reações devido à presença de avenina, que é uma proteína muito semelhante ao glúten.
A existência de um dia de consciencialização acerca da Doença Celíaca é importante, e apresenta uma oportunidade para aumentar a visibilidade de uma condição que tem um grande impacto na vida de quem a possui.
Hoje em dia, ainda existe falta de informação e desconhecimento sobre a verdadeira importância de retirar o glúten da dieta de um doente celíaco, por parte da população que não possui a doença.
Muitas pessoas pensam e associam a retirada do glúten a “modas”, quando na realidade é uma questão de saúde séria que exige um controlo e vigilância ao longo de toda a vida para quem tem a doença.
A vida social de um doente celíaco é, sem dúvida, desafiante.
Uma refeição em família, um convívio de amigos ou colegas de trabalho, uma festa na escola pode ser um verdadeiro desafio, levando mesmo à exclusão social por falta de segurança alimentar.
Assim, a existência deste dia torna-se útil no que respeita à consciencialização sobre a importância da exclusão do glúten da dieta de doentes celíacos, pois é preciso informar.
Por exemplo é necessário realizar a promoção de formações para a população que interage diretamente com estes doentes de forma regular, de forma a garantir uma maior segurança alimentar e, assim, facilitar e melhorar a vida dos próprios.
É importante a inclusão alimentar, e para isso os restaurantes, os supermercados, as escolas devem ter os seus colaboradores bem informados de forma a proteger e permitir que o doente celíaco consiga alimentar-se bem e possa disfrutar da sua vida social com segurança alimentar.
Para além da desinformação, outro desafio diário que estes doentes apresentam é a pressão social e a incompreensão por parte de amigos, colegas e até familiares.
Também as viagens exigem que seja feito um planeamento mais detalhado e rigoroso. Pode ser necessário levarem a sua própria comida pois alguns países não oferecem opções alimentares seguras para consumo.
Viver com esta doença exige adaptações diárias e constantes que não devem ser enfrentadas de forma solitária.
Assim, podemos considerar este dia como um apelo à compreensão, inclusão e respeito para que todos possamos sentar-nos à mesa de uma forma digna, com segurança alimentar e sem medos de consumo de algo que poderá prejudicar a saúde.