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A dor de perder um filho

O ser humano está preparado para sobreviver a situações muito complexas e desenvolver mecanismos que continuam a mantê-lo vivo, mas esta dor é muito profunda e difícil de cicatrizar. Ninguém está preparado para perder um filho.

Por Vera de Melo, psicóloga clínica.

 

Não há palavras, nem gestos que aliviem a dor de perder um filho. Por ser contranatura e inverter a ordem natural do ciclo de vida é um dos acontecimentos mais stressantes e que mais impacto tem na vida do ser humano.

O ser humano está preparado para sobreviver a situações muito complexas e desenvolver mecanismos que continuam a mantê-lo vivo, mas esta dor é muito profunda e difícil de cicatrizar. Ninguém está preparado para perder um filho.

Perder um filho faz com que, da noite para o dia, tudo pare. Ficamos sem ar, como se nos tivessem roubado uma parte de nós, nada mais parece fazer sentido. Sentimo-nos sozinhos, perdidos, incompreendidos, achamos que ninguém entende a nossa dor. Assola-se de nós uma paralisia vital, emocional e motivacional, como se tivéssemos ficado sem “alma”. A nossa vida fica em “pause”, o nosso coração entristece-se e bloqueamos. Perdemos toda a nossa perspetiva de futuro. Tudo que programámos realizar precisa ser revisto. São sonhos e projetos que precisamos alterar e a sensação que reina, é de que não seremos capazes de seguir as nossas próprias vidas.

Não é a morte o que nos assusta mais, o que é verdadeiramente doloroso é conviver com a dor de saber que, apesar de chorarmos e sofrermos, nunca mais voltaremos a ver o nosso filho, e isso é verdadeiramente assustador, muito assustador. É uma dor profunda.

Mesmo evoluindo linearmente, dentro das fases do ciclo do processo de luto algumas manifestações como a tristeza, a culpa, a ansiedade e o medo podem permanecer para toda a vida. Apesar de se revelarem em graus mais ou menos elevados, e de se tornarem cada vez menos frequentes, estas manifestações persistem, nunca chegando a desaparecer totalmente.

É preciso um tempo para tudo, e também aqui o tempo, será importante. Espera-se que após um a dois anos, a pessoa retome uma certa normalidade funcional, para não ficar perdida na dor eterna, no “e se eu tivesse feito”, “porquê a mim”…

É um longo caminho a percorrer. É preciso, chorar, sentir saudade para aprender a aceitar a partida compreendendo o significado da morte e da vida.

Cada pessoa encontrará a sua solução, não há receitas. Seja desfazer-se dos pertences seja mantê-los pelo tempo que entender necessário. O desafio, manter a pessoa viva no pensamento e na memória, sem cair na patologia.

Cada um de nós tem uma maneira de encarar os fatos, mas, para que a dor possa ser amenizada com o passar do tempo, um passo importante é encarar a realidade. A negação da morte e a culpabilização pelo que poderia ter feito para evitar aquilo são fatores que intensificam o processo de luto e o tornam ainda mais penoso.

A família e amigos têm aqui um papel importante, o de estar presentes, embora ausentes. O segredo dar espaço, mostrando presença e disponibilidade. Empaticamente, perceber que o ser humano está a passar pelo pior processo que pode enfrentar, por isso respeitar as suas decisões e não ligar o “achómetro”, dizendo constantemente tens de fazer isto, tens de fazer aquilo.

Desta forma o enlutado não nega a necessidade de chorar, sentir-se mal, vivenciar a sua dor. A catarse através da fala, o encontro de um “ombro amigo” para acolhimento da dor, pode ser o alívio que o enlutado precisa. A dor guardada é muito mais pesada e penosa. Quando falamos sobre ela, tende a ficar muito mais leve. Falar sobre a dor é importante. Extrair de dentro o pesar, desabafar com o companheiro, amigos de confiança e aceitar o conforto e apoio dos mesmos dará a energia e a coragem de tentar retirar a vida da “pause” e colocar em play.

Ocupar o tempo é fundamental, para preencher a mente e talvez conseguir aliviar a pressão emocional.

Fugir, negar, sentir raiva, saudades são atitudes reais do luto, mas a culpa é de evitar, só aumentará o fardo e atrasará o restaurar do equilíbrio. Não se culpe, nem culpe outros, perdoe e perdoe-se, só assim consegue seguir em frente.

É preciso vencer os medos e a dor, é preciso procurar consolo, conforto, paz interior até mesmo no silêncio. Procure-os sem expectativas, sem pressas.

Haverá dias mais fáceis e outros mais difíceis, mas é preciso agir e pensar positivamente. Se o dia começou com lembranças, com um acesso de choro e pensamentos negativos bombardeando a sua mente, não desanime. Pare, respire fundo e tente encontrar um motivo para sorrir.

Lembrar os momentos felizes é bom, mas não para se torturar. Evite deixar lembranças espalhadas por toda a casa, escolha um lugar para as coisas do seu filho, para quando quiser reviver os momentos bons que passaram juntos ir lá, e de forma natural e tranquilamente recordá-lo.

Mas se nada do que fizer afastar a dor insuportável e ela tender a persistir por muito tempo, procure ajuda de um psicólogo, em conjunto encontrarão estratégias para restabelecer o seu equilíbrio emocional.

Lembre-se, a morte de um filho não é um final, mas sim um começo de algo que não entendemos, nem aceitamos.

Dê-lhe uma oportunidade!

 

 

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