Durante décadas, o vendedor “agressivo”, o gestor “agressivo”, o profissional “agressivo” estavam relacionados com aqueles que «faziam o que precisava de ser feito e atingiam a meta», afirma, «isso incluía desde agressividade frente ao mercado (até com práticas repreensíveis), frente aos colegas e subordinados (não se importando com os relacionamentos interpessoais) ou consigo mesmo, com excesso de horas extras e desconexão da vida pessoal».
Além de tudo isto tem vindo a surgir outro elemento: como me sinto no ambiente onde trabalho?
Para muitos esta pergunta nem deveria ser feita, pois trabalho não é lugar para “sentir”. «Mas a realidade é que esta pergunta vem sendo feita cada veze mais, por várias razões, sendo a principal é que enquanto não encaramos o que sentimos no trabalho, este bloqueio, este reprimir de sentimentos, ficamos doenças ou temos outras formas de prejuízos claros no desempenho e na satisfação com esta importante área da vida», chama a atenção Heitor G. Fagundes.
Do lado comportamental, reprimir os sentimentos gera uma forte agressividade, que se manifesta de três formas principais:
- pessoas que exteriorizam a agressividade, gritam, batem na mesa, falam mal directa ou indirectamente dos outros;
- pessoas que se submetem às ordens, ao que a empresa quer, mas ficam com sentimentos de raiva, tristeza e medo. É uma agressividade consigo próprias;
- pessoas que se desconectam do trabalho, passa a ir “roboticamente” cumprir o dia a dia de trabalho, mas sem estar de facto interessado.
«Nem sempre esta situação é consciente», defende o especialista, «na maioria dos casos existe um vulcão de emoções submerso no inconsciente, que racionaliza todo desconforto dizendo para si: “É assim mesmo, a empresa é assim”».
O que fazer?
É importante frisar que a maioria das pessoas não são consideradas clinicamente doentes, mas é um facto que se não foram orientadas de como lidar emocionalmente com colegas ou chefes desrespeitosos, e-mails agressivos ou perdas de negócio inesperadas podem perder-se em sentimentos agressivos.
«O melhor a fazer é treinar as pessoas para que saibam lidar com seu lado emocional de uma forma adequada e focada no ambiente da empresa», aconselha Heitor G. Fagundes, «o grande benefício vai além de do bem-estar do profissional, pois o desempenho de quem sabe lidar com suas as emoções no trabalho é várias vezes maior, a resiliência aumenta muito e o nível de stress com que a pessoa lida é muito mais pequeno».
(artigo originalmente publicado no site Human Resources PT)