Para os médicos é fundamental que as mulheres estejam cientes dos riscos das doenças cardíacas. Segundo eles, a percepção de que os problemas no coração atingem principalmente os homens deve ser erradicada.
O risco começa a aumentar devido às alterações hormonais durante a menopausa, altura da vida em que a mulher deixa de menstruar. Antes da menopausa, o risco de doenças cardíacas nas mulheres é muito menor do que nos homens. Porém, após a menopausa, [a probabilidade de sofrer com problemas no coração] equipara-se rapidamente. Acredita-se que isso acontece devido à diminuição do estrogênio, uma hormona protetora.
Os estrogênios são um grupo de hormonas que desempenham um papel fundamental na saúde reprodutiva feminina, incluindo as fases da puberdade, da menstruação, da gravidez e da menopausa.
Essas substâncias também são importantes para a saúde do coração, dos ossos e do cérebro de homens e mulheres. É importante que a mulher esteja no melhor estado de saúde possível quando chega à menopausa. Isso envolve não fumar, controlar o peso, moderar o consumo de álcool e praticar exercícios.
Tradicionalmente, pensava-se que os problemas cardíacos eram apenas sofridos pelos homens. Mas isso não é verdade. As mulheres até são um pouco mais protegidas até a menopausa pelo estrogénio.
No entanto, uma vez que esta fase da vida da mulher é alcançada e os níveis de estrogênio caem, o coração sofre e os problemas cardíacos superam os sofridos pelos homens. Devido ao efeito positivo dos estrogênios, as mulheres geralmente desenvolvem doenças cardíacas 10 anos depois dos homens. E, se a menopausa chega antes dos 40 anos, o risco de doença cardíaca supera ao observado em outras mulheres da mesma idade que ainda não entraram nessa fase.
Sintomas diferentes
Podem elas não ter os mesmos sintomas de doenças cardíacas que os homens. Esses sinais “clássicos” de enfarte e outras condições geralmente são aperto no peito, dor no braço, formigamento e falta de ar — que também podem ser sentidos por mulheres com doenças cardíacas.
Mas, nelas, essas não são as únicas pistas de que algo grave está a acontecer no coração. As mulheres também podem relatar náusea, fadiga, indigestão, ansiedade e tontura. As mulheres tendem a se apresentar mais tarde [no hospital] porque não percebem que estão a sofrer um ataque cardíaco e não se veem em risco.
Elas também são mais propensas a sofrer com certas doenças cardíacas que são mais difíceis de detectar, como a doença microvascular coronariana, a síndrome do coração partido ou a angina variante.