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Estes são os 10 alimentos alvo de mais fraudes no mundo: descubra como as identificar

24 Julho 2024
Sandra M. Pinto

A FDA, a agência regulatória dos Estados Unidos, estima que 1% de todos os alimentos produzidos no mundo sofram algum tipo de fraude, o que gera prejuízos na casa dos US$ 40 bilhões todos os anos.

Esses produto representam riscos em termos de saúde pública — se, por exemplo, uma pessoa alérgica à soja comer um hambúrguer de carne bovina que ganhou a adição desses grãos sem nenhum aviso na embalagem.

Quais são os alimentos mais visados nessas fraudes?

Um estudo publicado em 2024 por especialistas em certificação de cadeias produtivas analisou mais de 15 mil registos públicos sobre o assunto, identificados entre os anos de 1980 e 2022.

Os dados revelam que os dez alimentos alvo de mais fraudes no mundo foram:

Leite de vaca;
Azeite de oliva extravirgem;
Mel;
Carne bovina;
Pimenta em pó;
Azeite de oliva sem especificação de qualidade;
Curcuma em pó;
Leite em pó;
Vodka;
Ghee (manteiga clarificada).

O estudocompleto compreende 20 alimentos. Completam a lista sumo de laranja, leite de cabra, vinho, carne de frango, carne moída, uísque, outras bebidas alcoólicas, açafrão, azeite de oliva virgem e o óleo de gergelim.

Os alimentos, compilados por investigadores das empresas americanas FoodChain ID, Henry Chin and Associates e Moore FoodTech e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil, foram publicados no periódico científico Journal of Food Protection em março de 2024.

Os dados revelam que 46% dos casos de adulteração representam algum risco potencial à saúde de quem consome esses produtos.

Índia, China, Estados Unidos, Itália e Reino Unido foram os países com o maior número de fraudes detetadas.

Na maioria das vezes, as mudanças ilegais durante a fabrico são tão elaboradas que é quase impossível notar algo de diferente no aspeco do produto final.

Resta, portanto, confiar nos cientistas e nas instituições responsáveis por fazer essa fiscalização.

No entanto, os órgãos e os próprios investigadores ficam muitas vezes numa posição de dúvida.

Mas os especialistas acreditam que é possível usar novas tecnologias para diminuir essa vantagem dos infratores.

Recorrem a algumas ferramentas de biologia molecular e sequenciamento genético.

Enquanto a ciência avança e ganha novas possibilidades, existem algumas dicas básicas que todo consumidor pode colocar em prática para fugir de algumas fraudes.

A primeira é suspeitar de preços muito abaixo do mercado.

Deve procurar os selos de inspeção ou fiscalização emitidos que aparecem nos rótulos de muitos desses alimentos.

Quando uma pessoa está acostumada a comprar determinado alimento e percebe alguma mudança importante no sabor, na textura, no aroma ou noutros aspetos, é possível entrar em contato com os serviços da empresa.

Esse tipo de comunicação com os órgãos oficiais é muito importante para detetar fraudes que podem estar fora do radar.