Fintechs. Perceba como estas empresas nos ajudam com o dinheiro

Esta semana, Ariana Nunes (educadora financeira e criadora do canal YouTube “Renda Maior) dá a conhecer aos leitores da Forever Young o interessante mundo da fintech.

Antigamente, ter uma conta num banco seria sinónimo de pagamento de comissões e, como era necessário um cartão de débito (pois muitas lojas e restaurantes em Portugal, ainda hoje, só aceitam receber em dinheiro), pagava-se também as taxas de anuidade, sem pensarmos que era possível existir outra opção.

Os bancos detinham todas as condições e interesses para manter tudo dessa forma, até porque o lucro obtido com os milhões de pagamentos era uma fonte de rendimento bastante lucrativa e constante.

Normalmente, até pensávamos duas vezes antes de abrir uma conta, tendo em conta os custos e o facto da burocracia ser imensa e demorada. Por vezes, abrir conta em Portugal podia significar 1 ou 2 horas na agência bancária, e necessitar de vários documentos em papel para entregar ou fotocopiar. Uma carga de trabalhos, e tempo também é dinheiro…

 

        

  1. O que são Fintechs?

 

Sendo uma palavra da moda, representa a junção entre as palavras: “financeiro” e “tecnologia”, isto é, categoriza assim as empresas, normalmente, recém criadas (designadas por “Startups”) e ligadas ao mundo das finanças.

Visam a inovação tecnológica de uma forma disruptiva, apresentando resoluções de antigos problemas ou  facultando o acesso mais facilitado ao mundo financeiro, através da internet e dos smartphones, às pessoas comuns.

Muito exemplos podem ser dados, pois, hoje em dia, vários serviços são apresentados  e sempre com a promessa de inovação.

 

  1. Empresas Fintechs inovadoras

 

Entre eles estão serviços de pagamento, como é o caso da Paypal, que nos permite pagar, apenas colocando o nosso e-mail nos sites. Temos também os serviços ligados aos investimento, que nos permitem aceder às várias bolsas de valores sem necessitar de um banco, bem como ter contas sem qualquer taxa ou comissão, inclusive com cartão de débito gratuito, como é o caso da fintech Revolut.

Apresentam-se ainda outros tipos de serviços muito interessantes, como o caso de empréstimos de pessoa a pessoa, chamados também de P2P (peer to peer), ou de angariação de dinheiro, isto é, projetos financiados através de “crowdfunding”. Estes fundos podem ser angariados para emprestar a empresas ou mesmo para particulares.

Constatamos assim que nos últimos anos houve uma evolução na segurança, sendo simplesmente necessário colocar o nosso dedo para acedermos às aplicações através da nossa impressão digital.  Existe também, e é cada vez mais usado, as duplas autenticações, ou seja, após colocarmos as nossas credenciais enviam também, e de imediato, uma confirmação para aprovarmos no nosso e-mail, ou então, um código aleatório enviado para o telemóvel que seguidamente tem que ser inserido para conseguirmos ter acesso, conferindo assim mais segurança.

A burocracia também mudou, principalmente, com as directrizes da União Europeia e com as contas bancárias com autorizações SEPA (a tradução é Área Única de Pagamentos em Euro). Assim, agora abrir conta demora apenas alguns minutos após inserirmos os nossos dados, o nosso comprovativo de morada digitalizado e termina com uma pequena vídeo-chamada ou, até mesmo, confirmando a nossa identidade com uma simples selfie.

Os cartões de débito são normalmente das redes de crédito Visa ou Mastercard, têm designs modernos e permitem-nos usá-los gratuitamente, apesar de muitos comerciantes em Portugal não terem os terminais com esses contratos de crédito.

A verdade é que nem tudo é fantástico, pois estas empresas demoram para ter acesso a uma licença bancária efetiva (tendo só a licença de instituição e-money) e ainda, certos serviços são cobrados após algumas utilizações, como é o caso dos levantamentos nos multibancos que são taxados após os primeiros 200€ ou 300€. Daí ser importante que leia bem o preçário e que saiba qual será o uso que vai dar a essa conta bancária, a fim de não ter custos escusados.

 

 

  1. Exemplos de empresas Fintechs Portuguesas

 

Em Portugal, já começamos a ter empresas fintech de elevada qualidade, inclusive tendo já feito a sua entrada em bolsa, como foi o caso da Raize. Esta empresa especializou-se em financiamento coletivo de empréstimos a pequenas e médias empresas (PMEs) portuguesas.

Podemos encontrar empresas que tratam desde pagamentos, como a Eupago ou a IfThenPay ou, mais recentemente, uma que permite fazer uma análise comparativa e escolha de seguros, com o nome de Mudey. Sem esquecer também, uma das empresas portuguesas mais conhecidas a nível mundial que analisa dados (big data), de forma a conseguir identificar transações fraudulentas e diminuir os riscos no setor financeiro, a empresa Feedzai.

Entretanto, muitas outras poderiam ser aqui mencionadas, mas a ideia não é publicitar e sim dar exemplos, mostrando que desta forma no nosso país já existem alternativas que melhoram os nossos serviços financeiros e a forma como podemos usá-los. Sem dúvida que a nossa vida fica mais facilitada e na minha opinião, espero que existam muitas mais fintechs, pois as mesmas renovam o mercado, trazendo sempre inovações com criatividades surpreendentes.*

 

*Todo o conteúdo neste artigo apenas serve para fins educacionais e não representa qualquer tipo de aconselhamento financeiro. Consulte sempre um especialista certificado ou faça a sua própria análise no que se trata a investir, pois envolve risco de perdas.

 

 

 

Por Ariana Nunes
(Educadora financeira e criadora do Canal Renda Maior no YouTube)
Site: https://www.youtube.com/rendamaior

 

 

 

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