Existem vários motivos pelos quais podes optar por fazê-lo: para obter taxas de juro mais baixas, encurtar o prazo de pagamento, passar de uma taxa variável para taxa fixa ou com o objetivo de consolidar uma dívida. Neste artigo explicamos-te as razões que podem motivar o refinanciamento do teu empréstimo da casa.
Contudo, estes motivos têm vantagens e desvantagens. Ao refinanciar um crédito habitação deves, tal como quando escolhe um empréstimo, avaliar as diferentes ofertas do mercado e analisar as taxas correntes no sentido de determinar quando será a melhor altura para optar pelo refinanciamento.
4 Razões para refinanciar um crédito habitação:
- Obter taxas de juro mais baixas
- Reduzir a prestação
- Alterar a modalidade de taxa
- Consolidar dívidas
1 – Obter taxas de juro mais baixas
Uma das razões mais comuns para refinanciar crédito habitação é baixar a taxa de juro associada ao empréstimo.
Ao optar pelo refinanciamento terás de realizar uma nova escritura, pelo que poderás ter de suportar este custo sempre que a tua instituição não o faça. Vê junto do teu banco qual o valor que poderás ter de pagar pela escritura e em quanto conseguirás baixar a taxa de juro, no sentido de perceber se o refinanciamento compensa.
Imagina que consegues reduzir a taxa de juro em 1% ou 2%. Desta forma podes conseguir uma maior poupança, pois verás diminuído o montante da prestação mensal que pagas.
Outra forma de conseguir melhores condições passa por fazer uma transferência do crédito habitação para outra instituição financeira. Esta transferência, por norma, representa uma poupança significativa dependendo do prazo e do montante em falta.
2 – Reduzir a prestação
Se estás com dificuldades em fazer face a todas as tuas despesas mensais, pondera optar pelo refinanciamento, pois uma das vantagens que este te traz é a possibilidade de reduzir a prestação mensal do teu empréstimo e, desta forma, aliviar a tua taxa de esforço.
Paralelamente, ao aumentar o prazo de pagamento do teu crédito habitação, o valor da prestação mensal irá reduzir.
3 – Alterar a modalidade de taxa
Outra motivação para refinanciar um crédito habitação pode ainda passar pela mudança do tipo de taxa de juro aplicada. Alguns anos após a contratação do teu empréstimo, podem acontecer alterações no mercado que levam a que seja mais benéfico passar de uma taxa variável para uma taxa fixa.
A taxa de juro variável é indexada à EURIBOR, ou seja, oscila consoante as alterações deste indexante. Por outro lado, a taxa de juro fixa é contratada entre o cliente e a instituição financeira, mantendo-se estanque durante a vigência do contrato.
É importante que vás verificando as alterações que acontecem no mercado de forma a averiguar qual é o tipo de taxa que pode ser mais apelativo para o teu crédito.
4 – Consolidar dívidas
O refinanciamento pode ainda ser utilizado para a consolidação de créditos, que consiste num crédito consolidado com garantia hipotecária. Em Portugal, uma da instituições financeira que oferece esta solução é o BNI Europa.
Ao refinanciar crédito habitação através de uma segunda hipoteca sobre habitação, dás o teu imóvel como garantia hipotecária. Este pode ser a tua habitação própria e permanente, uma segunda habitação, como, por exemplo, uma casa de férias, ou outro imóvel que tenhas. Em determinados casos, o banco permite ainda que faças uma segunda hipoteca sobre o mesmo imóvel.
Desta forma, ao recorrer ao crédito consolidado com hipoteca, poderás ter mais facilidade em gerir o teu orçamento familiar, conseguindo diminuir o valor da prestação e reduzir o custo que tens com créditos através da redução da taxa de juro.
Tem em mente que, para optar por um crédito consolidado com hipoteca, deves saber qual o valor de mercado do teu imóvel e, caso queiras fazer uma segunda hipoteca, saber o valor total do teu crédito habitação para que o banco possa avaliar o LTV (Loan-To-Value) e definir se o teu pedido é elegível. Por norma, o rácio de LTV vai até 80%.
O caso do Jorge
O Jorge está com algumas dificuldades em fazer face às suas despesas mensais, principalmente após contrair outro crédito em adição ao crédito habitação que já tinha.
Ainda lhe falta pagar 80 mil euros do seu empréstimo para a casa, mas, como precisava de remodelar a cozinha, pediu outro crédito no valor de 10 mil euros. Para além disso, ainda utiliza o cartão de crédito para despesas pontuais, tendo em dívida mil euros.
Estes novos créditos perfazem um valor de 11 mil euros, sendo que, somando ao valor em dívida que já tinha correspondente ao crédito habitação, o Jorge tem agora uma dívida total de 91 mil euros.
De forma a aliviar a sua taxa de esforço, que aumentou com a contratação dos últimos empréstimos, o Jorge está a ponderar optar por consolidar os seus créditos com hipoteca.
A sua habitação própria e permanente está hipotecada e avaliada em cerca de 130 mil euros, o que quer dizer que o seu LTV atual é de 61,5%.
No entanto, para avançar com esta solução, o Jorge tem de recalcular o LTV de forma a incluir o valor dos outros créditos para averiguar se é possível:
LTV (%) = Montante do Empréstimo / Valor da Garantia
LTV (%) = (80.000€ + 11.000€) / Valor da Garantia
LTV (%) = 91.000€ / 130.000€
LTV = 70%
Podemos concluir que o LTV é de 70% e, assumindo que o banco aceita LTV’s até 80%, o Jorge pode optar por este tipo de refinanciamento de crédito habitação, pedindo um reforço de crédito habitação, beneficiando das vantagens de um crédito hipotecário.
Vale mesmo a pena refinanciar crédito habitação?
Refinanciar crédito habitação pode ser uma boa solução se conseguir, de facto, diminuir as prestações mensais, reduzir o tempo do empréstimo ou baixar a taxa de juro. Quando utilizada sabiamente, esta pode ser uma boa ferramenta para manter as tuas dívidas controladas.
Porém, antes de refinanciar, tem em consideração a tua atual situação financeira, questiona-te quanto tempo tencionas ficar na mesma casa ou quanto dinheiro irás poupar se optares por esta modalidade e não te esqueças de averiguar toda a oferta que existe para te certificares de que tomas a melhor decisão e na altura certa.