O mais certo é que já lhe tenham mentido… mais do que uma vez. Seja com uma boa ou má intenção a verdade é que este é um comportamento recorrente. Na maioria das vezes não tem consequência graves e é algo inofensivo, no entanto isto é algo que pode ter consequências mais graves e desagradáveis.
Uma mentira pode ter várias justificações. Por vezes é apenas uma forma de um pai proteger e cuidar da sua família, escondendo alguns factos mais preocupantes dos seus filhos. Garantindo que tudo está ok, quando por vezes isso pode não ser bem verdade.
As mentiras foram “desenhadas” para proteger os indivíduos. É uma forma simples de evitar certas consequências, de nos proteger de alguns desconfortos ou de certas interações mais arriscadas. A maior parte de nós apenas mente quando quer evitar ou fugir de uma situação desconfortável.
Mas e o que acontece quando uma mentira se torna um comportamento habitual e recorrente? Algumas pessoas acabam por permitir que o conforto e o alívio gerado pelas mentiras passem a dominar grande parte das suas interações com os outros. Geram-se mentirosos compulsivos que se revelam incapazes de mostrar o seu verdadeiro “eu”.
De acordo com a especialista e psicóloga Ilisa Kaufman, existem 4 formas e sinais que nos permitem identificar com maior facilidade este tipo de pessoas pouco fiáveis.
-
A pessoa parece ter sempre algumas histórias excessivamente dramáticas e elaboradas que gostam de contar aos outros.
Os mentirosos compulsivos têm habitualmente sempre um conjunto de histórias ficcionais que compõe a sua narrativa de vida. São mentiras não muito exageradas, baseadas em pequenos factos verdadeiros que retratam sucessos ou ações positivas. Seja uma afirmação de que trabalharam num local impressionante ou que conheceram uma qualquer celebridade, estas histórias são usadas para impressionar os outros. É comum que estas mentiras tenham algumas “falhas” que por vezes sinalizem que algo não está certo.
-
Existe um padrão de comportamento
Irá começar a perceber que sempre que está com este tipo de pessoas algumas destas mirabolantes histórias vão ser constantemente repetidas. Este é um dado revelador. Habitualmente um mentiroso compulsivo tem dificuldade em ter conversas normais e sinceras sobre assuntos triviais, pelo que é habitual que acabe por ter tendência por repetir as mesmas narrativas ficcionais sempre que possível. São histórias confortáveis que os fazem sentir seguros e confiantes.
-
Não parece existir nenhuma razão natural que justifique as mentiras
Tal como referido anteriormente, as mentiras mais inofensivas e habituais servem como forma de proteção. No entanto a única real motivação para que um mentiroso compulsivo repita estas histórias é, tal como em qualquer outro comportamento aditivo, sentir a adrenalina e dopamina associada à mentira. Este é um tipo comportamento que faz a pessoa sentir-se melhor, mais confiante e poderosa.
-
As histórias vão mudando e as inconsistências tornam-se evidentes
Por exemplo, num primeiro momento pode ouvir a história de como ele salvou alguém de ser roubado. Da próxima vez que ouvir a história já será algo diferente. Afinal a vítima estava a ser agredida. O importante da história é que consiga gerar admiração ou compaixão. Os detalhes são algo irrelevantes para um mentiroso compulsivo.