Partilhar

Fator masculino presente de forma isolada em 20% dos casos de infertilidade

São muitos os casais para quem o sonho de ter um filho não se vai concretizar.

24 Novembro 2021
Sandra M. Pinto

São, ao todo, 15% os casais que sofrem de infertilidade, ou seja, são incapazes de conseguir uma gravidez após 12 meses de relações sexuais desprotegidas e regulares.

Nuno Louro, urologista e andrologista, indica que “o fator masculino está presente, isoladamente, em 20% dos casos e, como cofator, em 30 a 40% das situações”. Uma distribuição, acrescenta o especialista, que “leva à conclusão que as causas de infertilidade são equitativas entre os dois géneros em termos percentuais, pelo que ambos os elementos do casal devem iniciar a avaliação médica simultaneamente”. É para a necessidade desta avaliação que a Associação Portuguesa de Fertilidade alerta, no Mês de Sensibilização para a Saúde do Homem.

“A presença de um fator masculino na infertilidade conjugal é muito frequente”, confirma Nuno Louro, “mas não deixa de constituir uma surpresa quando é diagnosticada”. “A maioria não estaria a prever que o problema fosse deles, ou também deles, provavelmente porque socialmente continua a ser visto como um problema maioritariamente da mulher”, sublinha, até porque, acrescenta, “a sexualidade e a paternidade são dos pilares mais fortes em que assenta a ideia da masculinidade e, quando são abalados, todo o edifício fica em risco de ruir”.

É importante, por isso, que os homens “percebam que ser infértil não os define como pessoas nem como homens e que é apenas uma condição médica que, juntos, tentarão ultrapassar”. O que nem sempre é fácil, uma vez que “os homens têm frequentemente alguma dificuldade em exprimir as suas dúvidas e emoções, muitas vezes porque sentem que têm que ser o elemento forte do casal, o que os impede de manifestar as suas angústias, tornando este percurso mais penoso. Em última análise, é um problema do casal e assim deve ser entendido, sem necessidade de atribuir culpas, e é juntos que devem percorrer o caminho da luta contra a infertilidade, com a maior tranquilidade possível, de forma a que o desfecho, seja ele qual for, não coloque em risco o relacionamento conjugal ou a sua perceção como indivíduo e o seu lugar na família e na sociedade”, reforça.

Cerca de 30 a 40% dos casos de infertilidade consideram-se idiopáticos, ou seja, de causa desconhecida. Ainda assim, há fatores que podem influenciar a infertilidade no homem e que são conhecidos. “A produção de espermatozoides pelo testículo depende de uma adequada estimulação hormonal, da responsabilidade de duas glândulas cerebrais, o hipotálamo e a hipófise. Por outro lado, o próprio testículo tem que estar funcional, de forma a responder a essa estimulação com a produção de testosterona (uma das hormonas essenciais para a espermatogénese) e de espermatozóides em número adequado e função íntegra”, explica Nuno Louro.

“Após a sua produção, os espermatozoides têm que ser conduzidos por um sistema de ductos e expelidos na ejaculação” e são várias as condições, “genéticas ou adquiridas, que, por perturbarem qualquer um destes processos, podem levar a infertilidade masculina”. As mais comuns “são a presença de varicocelo (dilatação das veias espermáticas, que drenam o testículo), as alterações congénitas, como a criptorquidia (situação em que os testículos não estão na bolsa escrotal ao nascimento e que frequentemente necessitam de cirurgia para o seu posicionamento correto), o hipogonadismo (seja de causa genética ou com outra etiologia), a exposição a gonadotóxicos, as doenças sistémicas (neoplasias ou outras) e as alterações da ejaculação”.

Mas para as identificar, é necessária uma avaliação masculina no casal infértil, “de forma a permitir a melhoria da fertilidade e uma potencial conceção espontânea, a identificação de condições irreversíveis mas em que é possível utilizar o esperma do próprio em técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), a identificação de condições irreversíveis nas quais não é possível a utilização dos gâmetas do próprio, a identificação de condições clínicas subjacentes potencialmente graves (como as neoplasias do testículo ou da hipófise) e a identificação de condições genéticas que possam afetar a saúde da descendência, no caso de utilização de técnicas de PMA”.

Mais Recentes

Pura nostalgia: o popular doce que todas as crianças portuguesas comiam no Natal e que agora é proibido por lei

há 50 segundos

Nem sempre é fácil por isso fica o conselho: siga estas 3 dicas para se manter produtivo na época festiva

há 12 minutos

Salário de 150 mil euros, casa e ajudas de custo pagas: se procura emprego esta pode ser a sua oportunidade

há 14 minutos

Mamografia: é preciso desmistificar e alertar para a sua efetiva importância

há 23 minutos

Mais um ano que está a terminar: com estas 5 dicas receba 2025 com mais qualidade (e vitalidade)

há 31 minutos

Dieta mediterrânica promove o envelhecimento ativo e a saúde do planeta

há 42 minutos

Mais vale prevenir do que remediar: esta são as 8 lesões mais comuns nos joelhos

há 46 minutos

Gosta de esquiar? Conheça o mapa exclusivo dos 67 países onde é possível fazê-lo

há 59 minutos

Colesterol ‘mau’: cientistas descobrem como atua no corpo

há 1 hora

Se tem o hábito de oferecer chocolates no Natal prepare-se: vai ter de pagar mais uns bons euros

há 1 hora

Os 6 destinos pouco conhecidos (e muito luxuosos) que vai querer conhecer em 2025

há 1 hora

Insónias durante a menopausa: conheça as 5 dicas que prometem ajudar

há 14 horas

Qual é o seu grupo sanguíneo? Saiba o que ele pode revelar sobre a sua personalidade

há 15 horas

Nem sempre é tarefa fácil, mas com estas dicas retirar manchas (e odor) de suor vai ser mais simples

há 17 horas

Transforme o seu dia: tenha estas 7 plantas em casa e sinta o seu humor melhorar assim como o bem-estar

há 18 horas

Nem bicarbonato, nem detergente: este é o truque caseiro para limpar e deixar o seu forno a brilhar

há 18 horas

Este é o ingrediente com menos calorias para temperar a salada (não falamos do azeite)

há 18 horas

Diga adeus ao botão do WhatsApp para enviar áudios: há um novo para responder mais rapidamente às mensagens de voz

há 19 horas

Compulsão alimentar periódica: conheça o transtorno alimentar mais desconhecido

há 19 horas

Estes exercícios diários de apenas 4 minutos reduzem o risco de ataque cardíaco, sobretudo em mulheres acima dos 45 anos

há 19 horas

Subscreva à Newsletter

Receba as mais recentes novidades e dicas, artigos que inspiram e entrevistas exclusivas diretamente no seu email.

A sua informação está protegida por nós. Leia a nossa política de privacidade.