No entanto, existem algumas doenças que o ameaçam, induzindo uma redução das capacidades cognitivas. É para combater este cenário, que o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) se tem dedicado à investigação e desenvolvimento de fármacos especificamente para o cérebro.
Miguel Castanho, investigador no iMM, revela que “quando o cérebro é ameaçado por certas doenças, como metástases do cancro da mama ou alguns vírus, as soluções terapêuticas que existem revelam-se muito ineficazes, uma vez que o cérebro tem a capacidade de barrar a entrada à quase totalidade dos compostos que desconhece, incluindo medicamentos. Esta é a maior dificuldade quando falamos de soluções terapêuticas para o cérebro, o que realça a extrema importância dos trabalhos que têm sido desenvolvidos ao longo dos últimos anos no iMM”.
No âmbito do projeto “Protecting the brain from metastatic breast cancer”, os investigadores Vera Neves e Marco Cavaco, do iMM, têm trabalhado junto com a Universidade de Lisboa para desenvolver um medicamento inovador inspirado nos próprios anticorpos do nosso corpo, mas capaz de chegar ao cérebro e eliminar as células de metástases de cancro de mama aí instaladas. Neste projeto, o objetivo é chegar a uma solução que se revele eficaz, e que combata este que é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres.
Já no que diz respeito ao impacto que vírus como o SARS-CoV-2, VIH/sida, dengue ou zika podem ter no cérebro, destaca-se o NOVIRUSES2BRAIN, projeto do iMM coordenado por Miguel Castanho, que visa desenvolver fármacos que vão atuar diretamente no Sistema Nervoso Central, onde os medicamentos convencionais são tipicamente ineficazes. Neste caso, o objetivo é impedir o declínio das funções cognitivas, como memória, raciocínio, julgamento, resolução de problemas e concentração.