Apesar de uma maior igualdade de género já poder ser reconhecida em alguns pontos da sociedade, uma investigação da universidade londrina UCL, que descreveu como os casais britânicos contemporâneos dividem os tipos de trabalho doméstico, sugere que as diferenças permanecem fortes quando se trata de realizar tarefas em casa.
Os investigadores avaliaram dados de mais de 8.500 casais heterossexuais do Reino Unido e descobriram que as mulheres fazem cerca de 16 horas de tarefas domésticas a cada semana, enquanto os homens as realizam em apenas seis horas semanais. Além disso, as mulheres cumprem a maior parte das tarefas domésticas em 93% dos casais analisados no estudo.
Os casais analisados foram divididos em oito grupos separados, dependendo das suas profissões. Quando ambos os indivíduos têm empregos de tempo integral, as mulheres têm uma maior tendência maior de gastar mais horas por semana na realização de tarefas domésticas.
Os autores do estudo afirmam que em dois dos grupos, sobretudo, os resultados de horas semanais dedicadas às tarefas domésticas, por género, podem ser considerados “mais equilibrados”: o grupo de mulheres igualmente com vencimento, que consistia em 6% dos casais, e o grupo em que os homens realizavam os trabalhos domésticos, correspondente a apenas 1% dos casais.
Também foi destacado neste estudo que o grupo em que as mulheres são remuneradas ao final do mês foi o único em que a contribuição dos homens para o trabalho doméstico foi semelhante à das suas parceiras. Ainda nesse grupo, a proporção de mulheres com estudos superiores às dos seus pares era maior. Já no grupo em que homens realizavam a maior parte dos trabalhos domésticos, cerca de dois terços das mulheres com as quais estes formavam casal também faziam tarefas domésticas.
A professora e coautora do estudo, Anne McMumm, afirmou que modificar algumas atitudes em casa pode ser uma maneira de estimular a mudança para uma maior igualdade de género. Portanto, este estudo sugere que essa paridade nas divisões de trabalho doméstico, entre os casais modernos no Reino Unido, é «rara», com os investigadores a acrescentarem que «as diferenças entre géneros permanecem fortes».
De acordo com um estudo publicado em dezembro, os homens que têm filhas em idade escolar são menos propensos a ter opiniões sexistas. A investigação explorou como as atitudes dos homens em relação aos estereótipos de género evoluem ao criar uma filha.
A principal conclusão foi a de que os homens ficam mais conscientes dos desafios que as meninas podem experimentar no seu crescimento. Os autores do estudo realçam que os homens passam a «moderar as suas atitudes face às diferenças de género», quando experimentam a partir das suas filhas «todas as questões do mundo feminino».