Após a COVID-19 se instalar no organismo, ocorrem uma série de fenómenos. Surgem sintomas como dores de cabeça, dores musculares e problemas respiratórios, cuja gravidade e duração são variáveis. No entanto, cientistas da Universidade Charles de Praga, na República Checa, observaram recentemente que o vírus pode potencialmente prejudicar a renovação de energia que acontece nas mitocôndrias.
Causa a mutação de genes importantes
De acordo com um artigo publicado na Bratislavske lekarske listy (Jornal Bratislava Medical), a COVID-19 parece induzir stress oxidativo que pode causar mutações em alguns dos nove genes envolvidos na produção endógena da coenzima Q10, uma substância semelhante a uma vitamina, da qual as células dependem para produzir energia.
A biossíntese da coenzima Q10 requer um conjunto de, pelo menos, 12 proteínas, que são codificadas pelos genes CoQ.
Reduz a produção de energia nas mitocôndrias
Então, o que está em risco? Bem, quase todas as células do corpo humano contêm milhares de mitocôndrias, que são como pequenas fábricas onde a energia é produzida. O processo envolve lípidos, proteínas e hidratos de carbono, e a função da coenzima Q10 é regular a conversão bioquímica desses nutrientes numa molécula chamada ATP (trifosfato de adenosina).
O ATP é, essencialmente, energia armazenada bioquimicamente e que está pronta para ser utilizada sempre que a célula precisa de realizar diferentes funções. A diminuição na síntese da coenzima Q10, causada por um vírus, pode prejudicar a capacidade que o organismo tem de produzir energia para funções vitais, como contração muscular, o funcionamento das células imunológicas, a função cerebral, a função cardíaca e outras funções essenciais do corpo.
Existem células mais afetadas que outras
Alguns órgãos requerem muito mais energia, logo, as suas células contêm mais mitocôndrias, são exemplos: células musculares (incluindo as células do músculo cardíaco), células cerebrais, células hepáticas e células renais. Células com maior densidade mitocondrial geram mais ATP.
Ter quantidades suficientes de coenzima Q10 é vital para que ocorra essa produção de energia. Todas as células têm a capacidade de gerar energia, contudo, as células menos exigentes a nível metabólico, são menos afetadas quando essa capacidade se encontra limitada.
Coenzima Q10 em cápsulas
Nós, humanos, nascemos com a capacidade de sintetizar a coenzima Q10. A nossa produção endógena atinge um pico por volta dos 20 anos, começando a diminuir à medida que envelhecemos. Também podemos obter coenzima Q10 nos alimentos, contudo, a quantidade é muito limitada e insuficiente para fazer a diferença.
A boa notícia é que a coenzima Q10 está disponível na forma de suplemento. No entanto, como a coenzima Q10 é uma substância que o corpo tem dificuldade em absorver, é fundamental escolher uma marca com biodisponibilidade documentada.
Documentado em estudos científicos
Uma empresa dinamarquesa desenvolveu um método de fabrico exclusivo que torna a coenzima Q10 altamente biodisponível. Esta formulação especial foi documentada em dois estudos científicos, o estudo KiSel-10 e o estudo Q-Symbio.
O primeiro estudo analisou o efeito combinado de coenzima Q10 e da levedura de selénio orgânico ambas dinamarquesas, que resultou na redução da taxa de mortalidade cardiovascular em 54%, no grupo de participantes que fizeram essa associação.
O outro estudo, conduzido apenas com a formulação especial de coenzima Q10, mostrou que esta reduziu a mortalidade em 43 por cento, quando administrada em doentes que sofriam de insuficiência cardíaca crónica. Ambos os estudos foram publicados em revistas científicas reconhecidas.
Fontes:
Is mitochondrial bioenergetics and coenzyme Q10 the target of a virus causing COVID-19? Gvozdjakova A, Klauco F, Kucharska J, Sumbalova Z. Bratisl Lek Listy. 2020;121(11):775-778. doi: 10.4149/BLL_2020_126. PMID: 33164536.
Cardiovascular mortality and N-terminal-proBNP reduced after combined selenium and coenzyme Q10 supplementation: a 5-year prospective randomized double-blind placebo-controlled trial among elderly Swedish citizens. Alehagen U, Johansson P, Björnstedt M, Rosén A, Dahlström U. Int J Cardiol. 2013 Sep 1;167(5):1860-6.
The effect of coenzyme Q10 on morbidity and mortality in chronic heart failure: results from Q-SYMBIO: a randomized double-blind trial. Mortensen SA, Rosenfeldt F, Kumar A, Dolliner P, Filipiak KJ, Pella D,