A diocese do Algarve espera que a relíquia “estimule ao testemunho corajoso da fé e à autenticidade da vida cristã”, disse à agência Lusa o padre Carlos Aquino, chantre do cabido da Sé de Faro, uma espécie de diretor do colégio dos clérigos.
O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, deslocou-se no domingo a Lisboa, cuja diocese tem também São Vicente como patrono, para receber uma relíquia do mártir.
Segundo o padre Carlos Aquino, trata-se do osso de um dedo do que resta da mão de São Vicente, relíquia autenticada que tinha sido levada do Algarve e se encontrava na Sé de Lisboa desde há 850 anos.
Está a ser construído um altar na Sé de Faro para expor a relíquia à veneração dos crentes, acrescentou, sublinhando que está a ser organizado um programa espiritual para a passagem da relíquia por todas as paróquias da diocese, depois da Páscoa.
A diocese do Algarve tinha pedido em novembro último ao patriarcado de Lisboa a cedência de parte das relíquias de São Vicente.
Numa nota pastoral, o bispo do Algarve refere ter o desejo de que “a palma do martírio de S. Vicente continue, com a sua intercessão, viçosa e verdejante no coração dos cristãos algarvios”.
A ligação de São Vicente ao crescimento da Igreja no Algarve levou o antigo bispo D. Francisco Gomes de Avelar – por rescrito da Sagrada Congregação dos Ritos de 13 de fevereiro de 1794 -, a proclamá-lo como padroeiro principal da diocese.
O santo foi um jovem diácono da Igreja de Saragoça, em Espanha, que foi torturado em Valência, no ano de 304, durante a perseguição aos cristãos.
O primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, mandou construir o Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, para lhe agradecer o sucesso da conquista de Lisboa aos mouros.
D. Afonso Henriques, por sua iniciativa, em 1173, trasladou o corpo do mártir para Lisboa, a partir do cabo de São Vicente, em Sagres, no Algarve, onde se encontrava desde o século VIII.