Os ovos moles nasceram no Mosteiro de Jesus de Aveiro. No século VIII, a cana de açúcar chegou a Portugal com os árabes, mas apenas alguns séculos depois é que foi encontrado o solo ideal para o seu plantio: a ilha da Madeira.
A partir daí o açúcar tornou-se numa das atividades económicas mais importantes do império. Parte da produção ia para o rei que, em seguida, separava a porção que enviava para os conventos. O mosteiro aveirense foi obra de D. Brites Leitoa, a senhora da nobreza que veio da corte para a região de Vagos, onde tinha uma quinta.
Ali produzia-se uma série de produtos alimentares, como ovos, vinho e cereais. Parte dessa produção ia para o mosteiro que recebia açúcar da coroa. Inicialmente, esse açúcar tinha fins farmacêuticos, mas a criatividade e a necessidade fizeram com que as freiras o destinassem para outras finalidades: o doce de ovos.
Elas perceberam que era necessário manusear e guardar aquela pasta cremosa pelo que tiveram a ideia de colocá-la dentro das hóstias, precisamente as mesmas usadas na comunhão.
Assim nasceram os ovos moles de Aveiro que têm a denominação de Indicação Geográfica Protegida (IGP).