Um estudo conduzido por investigadores dinamarqueses numa amostra de 78.284 homens entre 1965 e 2015 estabeleceu que a qualidade do esperma pode explicar mais do que apenas a capacidade de gerar filhos.
Amostras de sémen recolhidas dos participantes desta pesquisa revelaram, após testes extensivos, que homens que têm mais de 120 milhões de espermatozoides móveis numa ejaculação vivem quase três anos a mais do que homens que têm entre zero e cinco milhões de espermatozoides móveis. Os primeiros têm uma expectativa de vida de 80,3 anos, e os últimos, de 77,6.
O epidemiologista reprodutivo, Lærke Priskorn, coautor do estudo, diz que estudos anteriores mostraram uma correlação semelhante, mas esta nova pesquisa, baseada em dados de um período de tempo mais longo, permite garantir «que há uma forte correlação entre o número de espermatozoides móveis e a expectativa de vida, e não é porque os homens que viveram vidas mais curtas eram menos saudáveis. É algo que acontece depois».
No entanto, de acordo com o especialista, mais estudos são necessários antes de descobrirmos por que homens com menor qualidade de esperma vivem menos.
Além disso, seria positivo se no futuro pudéssemos identificar grupos de homens com má qualidade de esperma, porque assim saberíamos quem está «especialmente predisposto a desenvolver certas doenças e poderíamos preveni-las melhor».