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38% dos portugueses podem estar a descartar alimentos em bom estado

Quase 1 em cada 3 portugueses não sabe interpretar corretamente o significado da data presente nos rótulos “Consumir de preferência antes de” , o que pode levar ao desperdício de alimentos ainda em bom estado

24 Abril 2025
Forever Young

O desperdício alimentar permanece como um desafio premente em Portugal – não só pelo impacto ambiental e social que representa, mas também pelo peso significativo que tem no orçamento das famílias. De acordo com um estudo recente realizado pela Too Good To Go, empresa de impacto social responsável pela maior aplicação do mundo para salvar alimentos e combater o desperdício alimentar, 38% dos portugueses podem estar a deitar fora alimentos em bom estado. A principal causa? A confusão com a rotulagem das datas de validade.

Em Portugal, estima-se que se desperdiçam cerca de 184 quilos de comida por pessoa todos os anos. Tendo em conta que, segundo dados da Comissão Europeia, cerca de 10% do desperdício alimentar na União Europeia está associado à má interpretação das datas de validade, isso significa que aproximadamente 18 quilos de alimentos por pessoa podem estar a ser desperdiçados anualmente em Portugal devido à confusão que ainda existe sobre o etiquetado das datas — em especial no que toca à interpretação correta do significado da data de durabilidade mínima (“consumir de preferência antes de”).*

“Consumir até” vs. “Consumir de preferência antes de”
De acordo com o estudo realizado pela Too Good To Go, quase 4 em cada 10 portugueses admite deitar fora alimentos apenas por terem ultrapassado a data de durabilidade mínima, o que leva frequentemente ao desperdício de alimentos ainda próprios para consumo. Esta falta de literacia alimentar traduz-se numa má interpretação das datas indicadas nas embalagens: 30% dos portugueses admite não saber interpretar o que realmente indica a data “Consumir de preferência antes de”, o que pode levar ao descarte desnecessário de alimentos que ainda estão em bom estado. Esta confusão é particularmente evidente entre os mais jovens, sendo que 1 em cada 3 consumidores entre os 18 e os 34 anos assume ter dificuldades em interpretar estas datas, enquanto os consumidores com mais de 55 anos demonstram ter uma compreensão mais clara.

Além disso, 63% dos portugueses admite que se guia principalmente pela data de consumo preferente indicada no rótulo para determinar se um alimento ainda está em boas condições para consumo, ignorando outros sinais importantes como o cheiro, o aspeto ou o sabor. Esta dependência excessiva da data impressa leva ao desperdício de comida que poderia, na realidade, continuar a ser consumida com segurança, contribuindo para um problema que é, muitas vezes, evitável.

Para esclarecer a confusão em torno dos diferentes tipos de data e as suas implicações, importa seguir as definições da ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica*:

A Data de Validade (“Consumir até”) indica o prazo limite até ao qual o alimento pode ser consumido em segurança. Trata-se de uma indicação usada sobretudo em produtos muito perecíveis do ponto de vista microbiológico, como carne ou peixe frescos, que, após essa data, podem constituir um risco para a saúde.

Já a Data de Durabilidade Mínima (“Consumir de preferência antes de”) refere-se ao período durante o qual o alimento mantém as suas propriedades específicas, desde que armazenado corretamente. Após essa data, o produto pode ainda ser consumido, desde que mantenha bom aspeto, cheiro e sabor, sem colocar em causa a saúde do consumidor.

“Observar, Cheirar, Provar”: usar os sentidos para combater o desperdício
“Em Portugal, ainda 47% das pessoas afirmam que não utilizam os sentidos para saber se um produto está óptimo para consumo e cerca de 61% diz-nos que a informação sobre a rotulagem de datas não é suficiente ou é confusa, e isso talvez os leve a desperdiçar comida que ainda poderia estar boa para consumir. Daí a importância de ouvir as necessidades dos consumidores e de os ajudar com iniciativas que lhes permitam estar mais informados para poderem fazer melhores escolhas e, assim, reduzir o desperdício alimentar”, afirma Maria Tolentino, Country Director da Too Good To Go em Portugal.

Desde 2021, a Too Good To Go tem vindo a sensibilizar para o desperdício alimentar com a campanha “Observar, Cheirar, Provar”, uma iniciativa que pretende ajudar os consumidores a tomarem decisões mais conscientes em casa. Trata-se de um selo com o pictograma de um olho, um nariz e uma boca, que é colocado em embalagens de alimentos com data de durabilidade mínima para relembrar que, mesmo depois de ultrapassada a data, o produto pode continuar em boas condições se mantiver bom aspeto, cheiro e sabor.

Atualmente, em Portugal, esta etiqueta já está presente em mais de 720 produtos de mais de 45 marcas como Bimbo, Grupo Bel, Kellogg’s, Continente, entre outras, mas apenas 38% dos portugueses diz conhecer a campanha. Embora 6 em cada 10 consumidores diga usar sempre os sentidos, quase metade admite que só o faz ocasionalmente ou nunca.

O desperdício alimentar e o seu impacto global
Todos os anos são desperdiçadas mais de 2.500 milhões de toneladas de alimentos em todo o mundo, o que representa 40% da comida produzida a nível global. Iniciativas como “Observar, Cheirar, Provar” ajudam os consumidores a tomar decisões mais informadas para reduzir o desperdício em casa. Além disso, aplicações móveis como a Too Good To Go oferecem aos utilizadores a oportunidade de salvar, a preços muito reduzidos, Surprise Bags de restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos alimentares que contêm alimentos em perfeito estado, mas que estão próximos da data de consumo ou que não foram vendidos durante o dia. Uma outra forma de contribuir para a redução do desperdício alimentar e, ao mesmo tempo, poupar dinheiro.

*Instituto Nacional de Estatística (INE) – 2022

**Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE)

***Estudo realizado pela Grayling para a Too Good To Go através de um inquérito a uma amostra representativa de 2.000 pessoas com mais de 18 anos, residentes em Portugal, nos meses de outubro e novembro de 2024.

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