O caso bizarro está documentado na revista The Lancet Infectious Diseases sendo que o home parece não ter sofrido efeitos nocivos, dizem os investigadores da Universidade de Erlangen-Nuremberg.
«Soubemos deste caso dele através de alguns artigos publicados no jornal», revelou Kilian Schober, do departamento de microbiologia da universidade. «Entramos então em contato com ele e convidá-mo-lo para fazer vários testes, algo que ele mostrou interesse em fazer».
O homem forneceu amostras frescas de sangue e saliva, sendo que os investigadores também testaram algumas amostras de sangue suas congeladas nos últimos anos. “Nós mesmos pudemos coletar amostras de sangue quando o homem recebeu uma nova vacina durante o estudo por sua própria insistência», revela o especialista
, «conseguimos usar essas amostras para determinar exatamente como o sistema imunológico reage à vacina».
As vacinas de ácido ribonucleico mensageiro (mRNA) funcionam mostrando às células do corpo um pouco do código genético do vírus. O sistema imunológico deve então reconhecer e saber como combater a Covid-19 caso a encontre. Schober temia que a hiperestimulação do sistema imunológico com doses repetidas pudesse ter fatigado certas células, mas os investigadores não encontraram nenhuma evidência disso no homem de 62 anos. E não havia sinal de que ele alguma vez tivesse sido infectado pela Covid-19.
«É importante assinalar que não recomendamos a hipervacinação como estratégia para aumentar a imunidade adaptativa», reforçam os especialistas.
E os resultados dos testes feitos ao homem de 62 anos foram insuficientes para tirar conclusões de longo alcance, muito menos recomendações para o público em geral.
«A pesquisa atual indica que uma vacinação de três doses, juntamente com vacinas complementares regulares para grupos vulneráveis, continua a ser a abordagem preferida”, afirmam no site da universidade.