A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) garantiu hoje que o derrame de ácido clorídrico no terminal ferroviário de mercadorias de Leixões encontra-se “totalmente controlado”, refere a Lusa, acrescentado que «o derrame de ácido clorídrico resultante de um contentor parqueado no Terminal Ferroviário de Mercadorias de Leixões, em Matosinhos, distrito do Porto, ocorreu às 23:45 de terça-feira».
De acordo com a APDL, a ocorrência foi “prontamente sinalizada e objeto de uma intervenção imediata” por parte das autoridades competentes, com o apoio das equipas de emergência, avança a Lusa. «A situação encontra-se, neste momento, totalmente controlada, tendo a fuga sido contida de forma eficaz, sem registo de impactos significativos», referem as autoridades à Lusa.
Os acessos ao porto de Leixões, através da A28, encerrados como medida de precaução, foram reabertos pelas 08:00, encontrando-se a funcionar com normalidade, esclarece a Lusa, referindo que a APDL «continuará a acompanhar a situação em articulação com as entidades responsáveis” e reitera “o seu compromisso com a segurança e a proteção ambiental».
Ácido clorídrico
O ácido clorídrico é formado pelo gás cloreto de hidrogénio (HCl) dissolvido em água, numa proporção de cerca de 37% do gás. É um ácido inorgânico forte, líquido levemente amarelado, em que seus cátions H+ são facilmente ionizáveis na solução. A 18ºC o grau de ionização do ácido clorídrico, isto é, a porcentagem de hidrogênios que efetivamente sofrem ionização é de 92,5%.
O frasco deve ser mantido bem fechado, pois na forma pura essa solução libera vapores de HCl, sendo sufocante e muito tóxico. O ponto de ebulição desse ácido é de -85ºC, sendo considerado volátil, o que significa que passa facilmente para o estado de vapor em condições ambientes. Além disso, se não permanecer fechado, a sua concentração pode variar, visto que ele é altamente higroscópico, ou seja, absorve com facilidade a água da atmosfera.
O ácido clorídrico é muito usado na limpeza e galvanização de metais, no curtimento de couros, na obtenção de vários produtos, como na produção de tintas, de corantes, na formação de haletos orgânicos, é usado também na hidrólise de amidos e proteínas pelas indústrias alimentícias e na extração do petróleo, dissolvendo as rochas e facilitando o seu fluxo até a superfície.
Pode ser encontrado no nosso próprio organismo, estando presente no suco gástrico do estômago, cuja ação é ajudar na digestão dos alimentos. É secretado pelo estômago num volume aproximado de 100 mL. Algumas pessoas sofrem de refluxo gastroesofágico, que é o retorno do conteúdo do ácido clorídrico do estômago. Provoca queimação, rouquidão e dor torácica.