Da palmada nas costas ao duche frio: tipos de primeiros socorros que está (certamente) a fazer mal

Se necessário, seria capaz de salvar a vida a alguém em seu redor?

Prestar primeiros socorros a alguém necessitado não é uma tarefa para amadores. No entanto, em situações de emergência em que seja necessária uma ação imediata, existem algumas noções básicas que todos deveríamos conhecer. E um conjunto de erros e falhas que jamais devíamos cometer.

Os sustos podem surgir a qualquer momento. Apesar de em primeiro lugar dever sempre ligar para o INEM (112), se tiver conhecimentos básicos de socorrismo poderá saber, por exemplo, o que fazer se alguém se estiver a engasgar, a sofrer de uma insolação ou com um ferimento simples.

Felizmente para si, Patxi Bueno, enfermeiro e diretor de informação do Centro Médico de Pamplona, explicou recentemente ao jornal El País como deverá atuar nas situações de emergência mais comuns, e quais os erros que costumamos fazer.

Seguem 3 dos mais importantes exemplos:

  1. O facto de o álcool arder não significa que esteja a curar

Os ferimentos leves são situações extremamente comuns, mas nem sempre sabemos como lidar com eles adequadamente. Normalmente aplicamos álcool como desinfetante e acreditamos que o facto de este causar ardor na pele da vítima significa que está a ter um efeito curativo.

Ora apesar de esta ideia poder até ajudar as crianças a aceitar a dor e a serem mais cooperativas, a verdade é que essa sensação de ardor é causada apenas pelas bordas das feridas que se estão a queimar.

Neste tipo de ferimentos o melhor desinfetante é a Clorexidina. Este medicamento de uso cutâneo tem como substância ativa o digluconato de clorexidina e é indicado para pequenos ferimentos e queimaduras leves.

O melhor é mesmo usar o álcool como desinfetante apenas para lavar o material e as mãos em caso de não ter água e sabão.

  1. Não bata nas costas de quem se engasga

Se acha que dar umas pancadinhas nas costas de alguém que se está a engasgar é o procedimento certo, então prepare-se para ser corrigido. A verdade é que ao bater nas costas pode estar a conduzir a peça ou corpo estranho que está preso na garganta ao longo das vias respiratórias, ao invés de expulsá-lo do organismo. O melhor neste caso é mesmo deixar passar alguns segundos depois do engasgo inicial. A maioria das situações ficará resolvida simplesmente pelo reflexo da tosse da pessoa em questão.

No entanto, em casos mais graves, a obstrução poderá não se resolver e terá que ser necessário aplicar uma manobra de Heimlich para salvar a vida da vítima. Se não conhecer ou se tiver esquecido como se realiza esta manobra o melhor será mesmo ligar para o INEM de forma a receber instruções dadas pelos técnicos especialistas de emergência.

  1. Saiba reconhecer (e tratar) uma insolação

Os erros mais comuns neste tipo de situações são ingerir bebidas açucaradas, recorrer a duches frios ou colocar-se por baixo de um ar condicionado na potência máxima. No entanto nestes casos este tipo de ações pode antes contribuir para um perigoso choque térmico.

Em casos de insolação o correto é levar a vítima para uma área com sombra, tirar-lhe grande parte da roupa e colocar compressas frias de água na cabeça, nas axilas e virilha. Se a pessoa estiver consciente deverá beber pequenos goles de água.

É também extremamente importante que meça a temperatura da pessoa. Se estiver abaixo de 39°C, trata-se de um caso normal de insolação. Se for mais que isso trata-se de um caso sério. Caso atinga 42 ou 43°C, então aqui a pessoa já não será capaz de manter a sua termorregulação e poderá morrer.

A prevenção é fundamental: use protetor solar, evite expor-se nas horas de maior calor, use chapéus e hidrate-se com muita frequência.

 

 

 

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