Para descobrir quando uma pessoa inicia o processo de envelhecimento, não foi contabilizada a idade cronológica, ou seja, a medida em anos vividos. A conta foi feita a partir dos diferentes níveis de proteínas presentes no plasma (a parte do sangue sem células) de mais de 4 mil indivíduos, com idades entre 18 e 95 anos.
«O envelhecimento é um fator de risco predominante para diversas doenças crónicas que limitam a expectativa de vida», afirmam os investigadores responsáveis pelo artigo publicado na revista científica Nature Medicine.
Com a aceleração do relógio biológico, alguns sinais da velhice ficam bastante visíveis, como rugas no rosto, cabelos brancos, redução nos níveis de audição e de visão, lentidão e, às vezes, incontinência urinária.
Os cientistas defendem que esse processo externo começa muito antes, dentro do organismo. As primeiras alterações começam aos 34 anos e vão até os 60 anos, na fase definida como idade adulta. Dos 60 aos 78 anos, a pessoa vive a maturidade tardia. Depois dos 78 anos, chega finalmente a velhice — aqui, a pessoa é “velha”.
«Já sabemos há muito tempo que medir certas proteínas no sangue pode fornecer informações sobre o estado de saúde de uma pessoa», afirma Tony Wyss-Coray, professor de neurologia e um dos autores do estudo. A questão é que isso costumava ser feito de forma individualizada, sem considerar centenas de proteínas simultaneamente.
Para construir a nova definição de velhice, os cientistas mediram os níveis de 3 mil proteínas em 4,2 mil pessoas, com idades variadas. A partir das mais comuns, eles identificaram que alterações em 373 deles estão relacionadas com a velhice.
Fonte: Nature Medicine e Universidade Stanford