Os hábitos de poupança dos portugueses têm vindo a alterar-se. Depois de uma subida acentuada da taxa de poupança em 2020, muito devido às restrições e condicionantes provocados pela pandemia, há três anos que está a decrescer. Apesar do rendimento líquido disponível das famílias em termos reais ter aumentado, no final de 2022 a taxa de poupança estava nos 6,5%, praticamente metade dos valores registados em 2009, revelam dados recolhidos pelo ECO, Banco de Portugal e Eurostat.
Com o objetivo de contribuir para uma maior sensibilização à poupança, a Nickel, instituição financeira de pagamentos, partilha seis dicas para simplificar os pagamentos e eliminar possíveis constrangimentos financeiros em 2024:
1) Investir em educação financeira
Quando se trata de organizar as finanças pessoais, o conhecimento revela-se como o principal aliado. Maiores níveis de literacia financeira permitem mesmo maiores níveis de poupança e de aplicação destas economias. E esta é uma preocupação que deve ser transversal a toda a família. Até mesmo junto das crianças é importante fazer esta sensibilização, através da gestão, pelas mesmas, da sua mesada, ajudando os mais novos na planificação dos seus gastos mensais, através de esquemas ou tabelas ilustradas e coloridas, que divirtam, mas também responsabilizem e sensibilizem os mais novos para o tema da gestão orçamental.
A literacia financeira está na ordem do dia e não é por acaso, pois trata-se de um instrumento que ajuda ao combate da fraude, reduz as desigualdades entre a população, contribui para o aumento da poupança das famílias, sensibilizando ainda para as poupanças mais adequadas a cada perfil. O investimento na educação financeira é também uma aposta certa para o futuro de sociedades mais informadas.
2) Pagar-se em primeiro lugar
Esperar pelo fim do mês para poupar o que sobra é a estratégia mais comum para a maioria das pessoas. No entanto, uma das melhores práticas de finanças pessoais é inverter a metodologia e poupar antes de gastar. Ou seja, estimar o valor de poupança adequado ao orçamento e separá-lo, logo no início do mês. Este valor deve permanecer separado do resto do dinheiro, especialmente do que é usado no dia a dia, para que não seja necessário recorrer ao mesmo.
3) Ter um orçamento mensal
Fazer um orçamento mensal ajuda a uma compreensão mais clara das receitas e despesas, identificando a origem e destino do dinheiro. O primeiro passo é listar as receitas mensais, englobando todas as fontes de rendimento e, em seguida, enumerar as despesas fixas e variáveis. Se o orçamento não for ajustado à realidade dos rendimentos, então existem duas soluções: reduzir os gastos ou aumentar os rendimentos.
4) Renegociar contratos e serviços
Existem vários serviços que impactam o orçamento familiar, desde as telecomunicações à energia, aos custos bancários, entre outros. É, por isso, necessário e aconselhável que seja feita uma listagem dos serviços utilizados, e das suas condições, e fazer uma comparação com outras oportunidades existentes no mercado, procurando assim garantir o melhor contrato e o que melhor corresponde às necessidades de cada cliente e família.
5) Fundo de Emergência
Manter reservas financeiras para lidar com adversidades é crucial em qualquer momento do ano. Situações como a avaria de eletrodomésticos, obras inesperadas em casa ou perda de rendimentos são exemplos em que ter uma reserva financeira será extremamente útil. Isso garante que não será necessário recorrer a soluções de emergência, como o endividamento. O fundo de emergência deve ser equivalente às suas despesas mensais, cobrindo pelo menos um período de seis meses, idealmente um ano.
6) Poupar em custos administrativos
À medida que cresce o descontentamento dos portugueses com as comissões praticadas pelos bancos (cerca de 58,5%, segundo o estudo da Nickel com a DATA E), é possível encontrar alternativas que permitem uma poupança, como a mudança para bancos digitais onde estes valores não são praticados ou são mais acessíveis. Um estudo recente da Deco Proteste revelou que “em uma década, o custo anual de manter uma conta bancária aumentou de 89,69 euros para 131,85 euros, representando um aumento nas comissões de 47%”.