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Eutanásia: pode o exemplo dos animais domésticos oferecer um maior esclarecimento sobre a sua aplicação em humanos?

Será possível sequer comparar os dois casos? Conheça as conclusões dos especialistas.

20 Fevereiro 2020
Forever Young

Afinal porque é que a eutanásia é quase sempre considerada a forma mais correta de colocar um fim ao sofrimento de um animal envelhecido? E porque é que isso tão radicalmente diferente quando falamos de humanos?

Estas são questões que a norte-americana Jessica Pierce (filosofa e autora do livro “The Last Walk: Reflections On Pets At the Ends of Their Lives) procurou analisar num artigo publicado no portal Psychology Today.

Na sua investigação Pierce entrevistou dezenas de pessoas e donos de animais que tiveram que tomar a difícil escolha de optar por terminar a vida do seu animal doméstico com o apoio de um veterinário. Apesar desta ser uma experiência sempre complicada de gerir emocionalmente, Pierce revela que grande parte das pessoas afirmava desejar que se pudesse manifestar igualmente tamanha compaixão na fase terminal das vidas humanas.

A verdade é que muitas destas pessoas – e uma grande generalidade da população – tiveram já que passar pela excruciante experiência de ver um ente querido morrer de uma forma “feia”, dolorosa, vítimas de doenças crónica terminais. Para estas pessoas a possibilidade de uma morte assistida teria sido nestes casos uma forma mais humana de colocar um fim a uma vida.

Muitos dos veterinários entrevistados por esta especialista revelaram este mesmo sentimento. Habituados a aplicar este tipo de métodos nos animais que enfrentam dolorosas fases terminais, muitos veterinários demonstram ser também favoráveis à despenalização da eutanásia em humanos. Segundo o professor veterinário Jerrold Tannenbaum, “muitas das objeções apresentadas por colegas médicos de medicina geral podem explicar-se por falta de conhecimento e experiência na aplicação deste tipo de terapêuticas”. Uma maior proximidade entre estas duas áreas da Saúde – veterinária e medicina – iria permitir uma discussão mais esclarecedora que poderia ajudar a melhor perceber em que casos deve a eutanásia ser uma opção, de que forma deve ser feita e quais os efeitos deste “fim” para as pessoas mais próximas do paciente, conclui o professor.

Para Jessica Pierce, as reflexões por parte de Tannebaum permitem perceber que porventura grande parte das preocupações e medos dos médicos especialistas são algo exageradas. Sobretudo no que diz respeito à utilização excessiva desta prática e da responsabilidade do médico ao longo do processo. É o cliente, não o veterinário, que pede a eutanásia. Tal situação é semelhante no caso dos humanos, assegurando-se assim o respeito e valorização do poder de decisão do paciente.

A filósofa esclarece no final do artigo que não procura argumentar a favor da prática da eutanásia em humanos, nem justificar a aplicação desta prática em animais. Aqui o interessante é apenas sinalizar e comparar a diferença entre duas formas totalmente distintas de olhar – “com compaixão” – para o fim de uma vida. Porque é que a eutanásia é quase sempre considerada um fim apropriado para os nossos adorados animais domésticos e não para os humanos?

Sendo esta uma comparação polémica, e sendo certo que o caso dos humanos não é absolutamente à experiência de um animal doméstico, a verdade é que este é um exercício que pode ser importante para se obter uma visão mais completa sobre o tema. Reforçando a importância de estabelecer uma discussão mais holística sobre os assuntos “fraturantes” da sociedade, estimulando a troca de experiências e conclusões entre diferentes áreas científicas.

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