Um estudo da Universidade de Stanford, realizado em 2019, descobriu que o processo de envelhecimento não é algo contínuo e que em três momentos, aos 34, 60 e 78 anos, acontece uma mudança no ritmo constante do envelhecimento fisiológico.
Isso acontece pois, nessas idades, ocorre uma alteração (para cima ou para baixo) nos níveis de algumas proteínas que correm no sangue. Noutros momentos, esse ritmo é uniforme.
Essa conclusão foi obtida após Tony Wyss-Coray, professor de neurologia e ciências neurológicas, e outros investigadores analisarem mais de 3 mil proteínas no plasma (a parte líquida do sangue) de 4 mil pessoas de 18 a 95 anos de idade. Do total analisado, a equipa identificou 1.379 substâncias cujos níveis variaram significativamente dependendo da idade dos participantes do estudo.
“Sabemos há muito tempo que medir certas proteínas no sangue pode fornecer informações sobre o estado de saúde de uma pessoa. Mas ainda não havia sido avaliado como os diferentes níveis de proteínas – cerca de um terço de todas as que observamos – mudam significativamente com o avançar da idade”, disse Wyss-Coray em comunicado no site da Universidade de Stanford.
Estudo permite identificar idade da pessoa
A análise de proteínas no relógio fisiológico de uma pessoa trouxe também outra descoberta: conseguir prever a idade dos participantes, com uma margem de erro de três anos na maioria dos casos.
O estudo também mostrou outro fato interessante: as pessoas que aparentavam ter uma idade menor do que a idade real relevaram ser mais saudáveis para aquela faixa etária. Ou seja, se o envelhecimento chega de uma vez ou aos poucos.
Também foi notado que homens e mulheres envelhecem de maneira diferente. Segundo a publicação da universidade norte-americana, “de todas as proteínas que a análise descobriu que mudam com a idade, quase dois terços delas foram significativamente mais preditivas para um sexo do que para outro”.
Todas essas descobertas, aponta Wyss-Coray, podem ajudar na identificação de pessoas que possam estar envelhecendo rapidamente, apresentando maior tendência de doenças como a de Alzheimer ou cardiovasculares. Além disso, as aplicações clínicas do estudo podem ajudar a desenvolver medicamentos e intervenções terapêuticas que vão alertar se um tratamento está acelerando ou não o envelhecimento.