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«Não existe um jornalismo de função pública e um de setor privado»

12 Dezembro 2018
Forever Young

Celebrizou-se como jornalista e pivot da RTP por altura da primeira Guerra do Golfo, mas encontrou nos livros uma outra paixão.

«Não existe um jornalismo de função pública e um de setor privado»

Como é que decidiu fazer vida do jornalismo?
Fiz um teste psicotécnico que deu como resultado arquitetura e eu pedi outras ideias, porque não me via a ser arquiteto. Os avaliadores do teste disseram que o meu perfil dava também para piloto da Força Aérea ou jornalista. Eu achei interessante a ideia de me tornar jornalista, e como estava no liceu e tinha de decidir a área que ia estudar, optei pelo jornalismo.

Teve uma experiência internacional (Macau, BBC, CNN) relativamente breve e não internacionalizou, de facto, a sua carreira como jornalista. Porquê?
Simplesmente porque as coisas não se orientaram nesse sentido. Podia ter ficado em Londres na BBC, mas por razões familiares tive de vir para Portugal. A CNN chegou a convidar-me para ir para o Brasil, mas isto já foi passados alguns anos e eu já tinha a minha vida organizada por cá, pelo que não quis sair do País. Fiquei em Portugal e tenho uma carreira internacional como escritor, mas não como jornalista.

Algumas das imagens que guardamos na memória sobre a sua carreira enquanto jornalista são na primeira Guerra do Golfo, em autênticas maratonas televisivas de várias horas. Como recorda esta experiência?
Tudo começou quando eu estava a apresentar um bloco noticioso da RTP da altura, o 24 Horas, e surgiu a meio da edição a notícia de que as forças multinacionais lideradas pelos americanos tinham entrado no Kuwait, depois da ocupação iraquiana. Esse foi o início da Guerra do Golfo (a primeira) e eu estive a acompanhar os acontecimentos durante dez horas de emissão. Mais tarde fui para o terreno e comecei a fazer reportagem de guerra, porque esse era o tema da minha tese de doutoramento. Foi por isso que comecei a tornar-me voluntário para fazer trabalhos de reportagem de guerra para a RTP.

Tem uma carreira de muitos anos em televisão, sempre na RTP. Alguma vez sentiu a tentação ou a vontade de trabalhar num canal privado?
Houve várias oportunidades que se colocaram, mas nas alturas em que fui convidado, estava bem na RTP; pelo contrário, noutras ocasiões em que não estava, não tive convites para outros desafios profissionais.

Para um jornalista, qual é a diferença entre trabalhar na televisão pública e no setor privado?
As regras são as mesmas. Ambos os lados têm vantagens e desvantagens, mas não existe um jornalismo de função pública e um de setor privado. Há, isso sim, condições que podem proporcionar que se faça melhor ou pior jornalismo.

Acredita que a televisão pública pode estar mais exposta a pressões, por parte do governo, em funções em determinado momento?
Para responder a esta pergunta, eu teria de comparar com a realidade das televisões privadas, que desconheço, porque nunca trabalhei em nenhuma. Mas diria que isso, globalmente, é verdade. A partir do momento em que as administrações eram nomeadas pelo governo, criava-se, logo aí, um efeito em cadeia. Isso foi muito mitigado, na minha opinião, com a retirada da RTP da tutela do governo, por decisão do ministro Poiares Maduro. Hoje a RTP responde perante uma entidade independente, o CGI, e é esta entidade que faz a nomeação da administração. Deste modo, a RTP só se submete a pressões se quiser, visto que deixou de responder perante o governo.

De que forma o poder político (governo e partidos) exerce pressão sobre os jornalistas? Já sentiu essa pressão ao longo da sua carreira?
Um partido que esteja no governo exerce pressão através de canais internos; os partidos da oposição irão pressionar na área pública, e às vezes até pode nem ser por questões importantes. Eu demiti-me da direção da RTP numa altura em que o governo era tutelado pela coligação PSD/
/CDS devido a interferências na área editorial. Também recentemente tive problemas com elementos do Bloco de Esquerda, por causa de ter dito a verdade sobre o que se passava na Grécia. Não se tolerava que eu dissesse a verdade. E também com o PS por causa de um engano em relação ao deputado mais velho do Parlamento. Eu pensava que era uma reformada do Bloco de Esquerda, de 89 anos, e afinal era um deputado do PS com 71. O PS ficou muito escandalizado por uma mera confusão. E o tema é tão ridículo, que só se pode compreender aquela reação num quadro de uma tentativa de condicionamento do trabalho de um jornalista. Não se compreende que um engano sobre quem é deputado mais velho do Parlamento provoque uma “histeria” tão grande. Concluindo, é verdade que os jornalistas estão sempre sujeitos à pressão dos diversos partidos políticos.

O jornalismo mudou bastante nas últimas décadas, a nível de reputação e de credibilidade. Foi o jornalismo que mudou, ou foi o público?
As novas tecnologias alteraram a maneira como a informação circula. E isso obrigou o jornalismo a mudar. As notícias circulam hoje sem que haja uma entidade no meio para fazer a verificação da qualidade da informação. Quando as pessoas confiam nas redes sociais para obter informação, que não é profissionalmente verificada, temos um problema. Mas é um problema que vai muito para além do jornalismo. Tem a ver com as sociedades de hoje em dia e com a tecnologia que está disponível.

É um escritor conhecido além-fronteiras, recordista de vendas, mas continua a ser um jornalista altamente reconhecido em Portugal. Pondera ou já alguma vez ponderou deixar um percurso em detrimento de outro?
Não, acho que são coisas que se complementam. Não me parece necessário prescindir de nada. Se eu fosse trabalhar para a Arábia Saudita, obviamente não poderia fazer o Telejornal, mas não é esse o caso. Escrever livros é algo que muitos jornalistas fazem, começando, aliás, pelo Eça de Queiroz, que era jornalista no “Diário de Notícias” e também escrevia livros.

Como jornalista cinge-se aos factos, mas, como escritor de ficção, tem liberdade criativa. Como se concilia estes dois mundos? São complementares?
A minha escrita de ficção procura, através de uma história que, na sua essência, é inventada, reproduzir a verdade sobre determinadas coisas, que no fundo acabam por ser o tema que vou abordar. A minha ficção tem sempre uma relação com a verdade.

Costuma dizer-se que a realidade supera sempre a ficção. É verdade?
No caso dos meus romances, busco a inspiração na realidade. O que eu faço é trabalhar na reconstrução de um tempo histórico, como se nós lá estivéssemos, ou abordando um tema com uma investigação muito aprofundada e que eu procuro que seja muito rigorosa. O objetivo é, através de uma história de ficção, ajudar a compreender determinada realidade, seja ela da História, da Ciência, da Política, da Economia… Essa é a base do meu trabalho enquanto escritor.

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