Gloria Gaynor tem hoje 80 anos e está inegavelmente ligada a esta música. «Aquela canção é a minha história», declarou Gaynor recentemente em entrevista ao jornal britânico The Independent.
Gaynor canta os primeiros versos – “at first I was afraid, I was petrified” – depois da abertura melodramática ao piano, e o resultado é incrivelmente sugestivo. Poucos compassos depois, a cantora revela que a verdadeira mensagem da música não é de medo, mas de resistência, empoderamento e resiliência. “But then I spent so many nights thinkin’ how you did me wrong” , canta ela com e fervor. “And I grew strong and I learned how to get along” .
Esta não é apenas uma música disco adorada ppor muitos, é de fato um marco.
Em 2016, a canção foi incluída no Registro Nacional de Gravações, um catálogo de gravações sonoras «consideradas significativas, do ponto de vista cultural, histórico ou estético» pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
O novo documentário sobre a vida e a carreira da cantora, Gloria Gaynor: I Will Survive, teve um único dia de apresentação nos cinemas norte-americanos, no passado dia 13 de fevereiro. O documentário mostra as obstinadas tentativas da cantora em gravar seu primeiro álbum gospel com pouco mais de 70 anos de idade, mesmo com o seu agente a dizer que “ninguém quer” que ela faça aquilo. Também destaca os muitos obstáculos pessoais que ela precisou de superar ao longo da vida.
Neles incluem-se um problemático casamento de 26 anos com seu antigo agente, Lynwood Johnson, de quem ela se divorciou em 2005, e que é por ela descrito no filme como um “ímã que atrai mulheres”, o assassinato da sua irmã, em 1995, o facto de ter sido molestada sexualmente diversas vezes na adolescência pelo parceiro da sua mãe quando tinha 12 anos e pelo primo do seu namorado, aos 17 anos de idade.
A determinação de Gaynor em se dedicar à música gospel valeu a pena. O seu álbum Testimony, de 2019, ganhou o Grammy no ano seguinte.
I Will Survive chegou ao primeiro lugar nos EUA e do Reino Unido em 1979 e foi o seu maior e mais duradouro sucesso. A canção voltou aos Top 10 do Reino Unido em 1993, com a elegante remistura do remixer Phil Kelsey.
Hoje I Will Survive esta embutida na cultura pop global. Quando Gaynor gravou a música em 1978, ela estava destinada a ser o lado B do disco de outra canção popular da época, chamada Substitute – que havia feito sucesso recentemente com a banda de rock sul-africana Clout.