Os especialistas alertam, por isso, para a importância de um diagnóstico precoce. Para ir ao encontro desta necessidade, a Gedeon Richter Portugal está a promover uma campanha de sensibilização sobre Miomas Uterinos, sob o mote “Não és tu. É o teu útero”, com o objetivo de informar, sensibilizar e consciencializar a população, sobretudo mulheres em idade reprodutiva e pré-menopausa, as doentes e os profissionais de saúde para as causas, fatores de risco, sinais e sintomas da patologia.
“A suspeição diagnóstica faz-se pela história clínica, com os sinais e sintomas descritos pela mulher, que vão depender do tamanho e localização dos miomas. Os sintomas mais frequentes são a hemorragia uterina anormal e excessiva, com menstruações muito abundantes e prolongadas, podendo originar anemia. O exame pélvico, pode permitir identificar miomas quando estes são visualizados ou palpáveis. Para a confirmação diagnóstica, é necessário recorrer a exames de imagem que possam identificar os miomas e, com maior acuidade, distinguir as lesões potencialmente malignas das benignas”, sublinha a Dra. Irina Ramilo, membro da direção da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e autora do blogue A Ginecologista da Melhor Amiga.
Em alguns estudos, há um aumento de 13 vezes na prevalência de miomas uterinos com o aumento da idade das mulheres. Esse aumento pode ser atribuído a múltiplos fatores como os níveis hormonais entre diferentes faixas etárias, aumento da taxa de rastreio e/ou diagnóstico à medida que a idade aumenta e potencial crescimento do mioma.
Os miomas uterinos são raros antes dos 20 anos e a sua incidência aumenta com a idade até aos 50 anos. Por isso, as mulheres com idades mais avançadas, até cerca dos 50 anos, podem ter sintomas mais agudos, com maior probabilidade de ter menstruação intensa e grave, e consequentemente anemia, comparativamente às mulheres que não tem miomas uterinos. Mais de 60% das mulheres com miomas descrevem dor pélvica e 28% classificam esses sintomas como extremamente incómodos.
Em relação ao tipo de tratamento, por norma é individualizado, dirigido à mulher, idade, ao desejo de fertilidade, à gravidade da sintomatologia, tipo, tamanho e localização de miomas. Pode ir, desde a vigilância, sem necessidade de intervenção por não haver sintomas, aos fármacos, até à intervenção cirúrgica.
Para a Dra. Irina Ramilo, “o papel do tratamento farmacológico tem ganho desenvolvimento nos últimos anos. O tratamento médico pode passar por anti-inflamatórios não esteroides, antifibrinolíticos, terapêutica hormonal, estroprogestativa ou progestativa, que conseguem controlar a hemorragia uterina anormal, no entanto não favorece a redução da dimensão dos miomas. Mais recentemente, surgiu uma nova terapêutica médica (antagonistas orais da GnRH) eficaz no controlo da hemorragia uterina anormal e da dor associada aos miomas para utilização ao longo prazo. Cirurgicamente, retirar o útero (histerectomia) é o tratamento definitivo, mas a miomectomia (remoção dos miomas uterinos) é, em casos específicos, uma abordagem terapêutica não só possível, mas até a mais indicada. A embolização das artérias uterinas constitui uma alternativa terapêutica, embora com indicações muito precisas e estritas, e ainda controversas”.
A campanha “Não és tu. É o teu útero” vai estar espalhada por todo o país, em mais de 400 mupis, e pretende sensibilizar e sobretudo alertar as mulheres para um diagnóstico precoce. O elemento principal da campanha é o espelho, objeto usado pelas mulheres para avaliarem o seu aspeto, e seria uma oportunidade para se preocuparem também com o seu interior, mostrando que o “invisível” é igualmente importante.