Tereza de Moura Guedes tinha 89 anos e encontrava-se doente há alguns dias. “Não é nada agradável estar doente. Mas isto é ‘um andaço que anda’, há que levar com ele”, escreveu a professora universitária jubilada, há 10 dias, nas redes sociais.
Natural de Torres Vedras, Maria Tereza Sousa de Moura Guedes licenciou-se em Filologia Romântica, em 1982. Finalizou mestrado em 1987 em Literatura Francesa. E concluiu o doutoramento em Letras (Literatura Francesa) em 1998.
Maria Tereza foi convidada em 1984 para exercer funções docentes na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
no Departamento de Literaturas Românicas.
Além de professora, foi crítica literária. Em 2002 foi nomeada diretora-geral do Ensino Superior.
José Eduardo Moniz recorreu à sua página de Instagram para fazer uma homenagem à sogra.
“Tereza era uma pessoa invulgar. Sempre a admirei pela sua sensibilidade, pela sua paixão pela Literatura, pela capacidade de acreditar que os sonhos só são impossíveis até se tornarem realidade”, começa por dizer.
“Que dizer de uma mulher que foi capaz de desafiar os códigos do destino e de se aventurar pelos espinhosos caminhos da Universidade, até se doutorar, com enorme distinção, indiferente a preconceitos e depois de já ter criado três filhos? O sangue e o apelido nunca foram desculpa nem resguardo. Lutou para conseguir o que a sua vontade impunha e o seu coração determinava. Por tudo o que a vi viver, ela sim, foi uma verdadeira feminista. Livre, atrevida e culta”, continua.
“Sentirei falta da sua argúcia, do seu humor alfinetado e do carinho com que gostava que a língua portuguesa fosse tratada. Sim, hoje, sinto-me mais pobre”, completa.