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Opinião: Hepatites, tornar o diagnóstico e tratamento acessível a todos

Artigo de opinião de Rita Serras Jorge, do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da SPMI

A história da Hepatite C marca sem dúvida a História da Medicina das últimas décadas, encontrando-se entre as doenças em cujo progresso científico teve um impacto mais marcante. No final da década de 80, após alguns anos de estudos, o vírus foi identificado dando rosto à Hepatite não-A e não-B que vinha a intrigar a comunidade científica há mais de 10 anos.

Por Rita Serras Jorge, do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da SPMI

Desde então, rapidamente se assumiu como um agente infecioso de destaque, capaz de produzir elevada morbimortalidade dada a sua alta taxa de progressão para infeção crónica, capaz de produzir cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. O facto da infeção poder permanecer assintomática durante largos anos, contribui para que se possa transmitir de forma silenciosa e evoluir para estadios avançados sem que seja feito um diagnóstico atempado. A incidência da doença a nível mundial ronda os 1,5 milhões de casos/ano e esta é atualmente responsável por cerca de 300 000 mortes anualmente, causando grande preocupação.

Felizmente, os avanços científicos na área ocorreram não só a nível do diagnóstico onde já é possível, por exemplo, efetuar testes rápidos em farmácias comunitárias, mas foram sobretudo determinantes no curso da doença no que se refere ao seu tratamento. Os profissionais e os doentes que testemunharam estes avanços assistiram porventura a um dos maiores e mais céleres avanços da Medicina dos últimos tempos. Os tratamentos longos, com recurso a fármacos injetáveis com baixa eficácia e elevados efeitos colaterais que os tornavam inacessíveis a uma parte considerável dos portadores da infeção deu lugar a terapêuticas orais de elevada eficácia e com durações de tratamento que nalguns casos podem ser de apenas 8 semanas.

O ónus da doença e a facilidade do seu tratamento conduziram a uma Acão conjunta entre as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde para remover a Hepatite C (e as hepatites virais no seu conjunto) das principais causas de morte a nível mundial, onde ocupavam a 7.ª posição. O objetivo de reduzir em 90% o número de novos casos de infeção por hepatite B e C e de reduzir a mortalidade associada em 65% foi definido em 2015 e a sua meta estabelecida em 2030.

Portugal foi pioneiro no que diz respeito à implementação de políticas de gratuitidade e acessibilidade universal dos novos fármacos. Isto colocava o nosso país numa posição muito favorável para o atingimento deste objetivo. A criação do Programa Nacional para as Hepatites Virais, atualmente sob a direção do Prof. Rui Tato Marinho, foi impulsionadora e agregadora das medidas necessárias para este esforço. Contudo, vários fatores, dos quais o principal será sem dúvida a pandemia que vivemos, desaceleraram os esforços e colocaram barreiras que estamos neste momento a tentar contornar. De acordo com as perspetivas de alguns estudos, caso não sejam tomadas medidas adicionais, apenas em 2050 conseguirá Portugal recuperar o tempo perdido e atingir os objetivos propostos. Carecemos de uma melhor definição de estratégias para um rastreio universal e organizado, da descentralização do acompanhamento destes doentes, sobretudo daqueles que vivem em situações de exclusão social, da agregação dos dados clínicos e populacionais e de um maior envolvimento político. Existem, contudo, casos de sucesso no nosso país como o que sucedeu na Madeira, que será provavelmente a única região do país a atingir os objetivos propostos e cujo exemplo poderemos adaptar. Neste dia Mundial para a Consciencialização para a Hepatite C será conhecido o relatório anual do Programa Nacional que será, sem dúvida, uma ferramenta importante na aferição das melhores estratégias a adotar com vista a este objetivo comum.

Independentemente da meta, não percamos o enfoque no caminho e procuremos tornar o diagnóstico e o tratamento acessível a cada pessoa, pois cada caso faz a diferença!

 

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