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Opinião: «Quando o clima muda, o corpo responde», Deolinda Chaves Beça, médica de família

10 Abril 2025
Deolinda Chaves Beça, Médica de Família

Artigo de opinião de Deolinda Chaves Beça, médica de família

Tempestades lá fora, poderão fazer tempestades por dentro? Quando o Clima Muda, o Corpo Responde

Abril chegou com a 15.ª tempestade do ano — Olivier. Um número impressionante, que já não nos surpreende: as alterações climáticas deixaram de ser um cenário distante e passaram a marcar presença no nosso quotidiano. Mas será que estas mudanças bruscas de temperatura, humidade e pressão atmosférica têm impacto no nosso organismo? De acordo com a evidência científica, poderão ter estas mudanças ter implicações tanto na saúde física como na saúde mental? Quando passamos de um dia quente e seco para outro frio e húmido, estamos a exigir uma recalibração rápida e constante ao nosso organismo, com consequências físicas e mentais.

Saúde Mental: Quando o céu escurece, o humor acompanha?

As variações meteorológicas influenciam o nosso bem-estar emocional. Os estudos demonstram que a redução da exposição à luz solar interfere com a produção de serotonina e melatonina, dois reguladores naturais do humor e do sono. Como resultado, é comum surgirem sintomas de ansiedade, fadiga, perturbações do sono e até aumentar a probabilidade de depressão. A boa notícia? Há formas de prevenir e diminuir esse impacto — através do exercício físico, de uma alimentação equilibrada, da manutenção de rotinas saudáveis e da procura de ajuda médica sempre que necessário.

Vírus e Sazonalidade: O clima muda, os vírus aproveitam.

A ciência há muito identificou uma relação direta entre o clima e a propagação de infeções respiratórias. As condições frias e secas aumentam a estabilidade dos vírus no ar e favorecem a sua disseminação, como sucede com a gripe sazonal ou outras viroses respiratórias. Os ambientes com baixa humidade comprometem também a eficácia das defesas naturais do nosso sistema imunitário. Os fenómenos extremos — como os que temos vivido com frequência crescente — não só afetam a nossa resposta imune, como criam condições ideais para surtos e picos epidémicos.

Olivier, Poeiras do Saara e Alergias: Um Desafio Respiratório

A Tempestade Olivier traz consigo uma significativa intrusão de poeiras provenientes do deserto do Saara. Esta condição pode agravar sintomas em pessoas com condições respiratórias pré-existentes, como asma, rinite alérgica ou outras doenças pulmonares.

Como proteger o corpo das intempéries?

Hidrate-se e opte por uma alimentação rica em nutrientes;

Vista-se em camadas, adaptando o vestuário às variações climáticas;

Esteja atento ao seu estado emocional e qualidade de sono;

Siga o plano de vacinação, essencial para reduzir o risco de infeções;

Proteja-se em dias de poeiras no ar, esteja atento aos alertas meteorológicos e evite atividades ao ar livre nestes dias. Mantenha os espaços interiores fechados e ventilados com segurança.

Consulte o seu Médico de Família sempre que surgirem sintomas persistentes ou que o preocupem.

O melhor antídoto é a prevenção. Cuidar da saúde é também saber escutar o nosso organismo — e respeitar a sua singularidade — sempre que o clima muda.