Tempestades lá fora, poderão fazer tempestades por dentro? Quando o Clima Muda, o Corpo Responde
Abril chegou com a 15.ª tempestade do ano — Olivier. Um número impressionante, que já não nos surpreende: as alterações climáticas deixaram de ser um cenário distante e passaram a marcar presença no nosso quotidiano. Mas será que estas mudanças bruscas de temperatura, humidade e pressão atmosférica têm impacto no nosso organismo? De acordo com a evidência científica, poderão ter estas mudanças ter implicações tanto na saúde física como na saúde mental? Quando passamos de um dia quente e seco para outro frio e húmido, estamos a exigir uma recalibração rápida e constante ao nosso organismo, com consequências físicas e mentais.
Saúde Mental: Quando o céu escurece, o humor acompanha?
As variações meteorológicas influenciam o nosso bem-estar emocional. Os estudos demonstram que a redução da exposição à luz solar interfere com a produção de serotonina e melatonina, dois reguladores naturais do humor e do sono. Como resultado, é comum surgirem sintomas de ansiedade, fadiga, perturbações do sono e até aumentar a probabilidade de depressão. A boa notícia? Há formas de prevenir e diminuir esse impacto — através do exercício físico, de uma alimentação equilibrada, da manutenção de rotinas saudáveis e da procura de ajuda médica sempre que necessário.
Vírus e Sazonalidade: O clima muda, os vírus aproveitam.
A ciência há muito identificou uma relação direta entre o clima e a propagação de infeções respiratórias. As condições frias e secas aumentam a estabilidade dos vírus no ar e favorecem a sua disseminação, como sucede com a gripe sazonal ou outras viroses respiratórias. Os ambientes com baixa humidade comprometem também a eficácia das defesas naturais do nosso sistema imunitário. Os fenómenos extremos — como os que temos vivido com frequência crescente — não só afetam a nossa resposta imune, como criam condições ideais para surtos e picos epidémicos.
Olivier, Poeiras do Saara e Alergias: Um Desafio Respiratório
A Tempestade Olivier traz consigo uma significativa intrusão de poeiras provenientes do deserto do Saara. Esta condição pode agravar sintomas em pessoas com condições respiratórias pré-existentes, como asma, rinite alérgica ou outras doenças pulmonares.
Como proteger o corpo das intempéries?
Hidrate-se e opte por uma alimentação rica em nutrientes;
Vista-se em camadas, adaptando o vestuário às variações climáticas;
Esteja atento ao seu estado emocional e qualidade de sono;
Siga o plano de vacinação, essencial para reduzir o risco de infeções;
Proteja-se em dias de poeiras no ar, esteja atento aos alertas meteorológicos e evite atividades ao ar livre nestes dias. Mantenha os espaços interiores fechados e ventilados com segurança.
Consulte o seu Médico de Família sempre que surgirem sintomas persistentes ou que o preocupem.
O melhor antídoto é a prevenção. Cuidar da saúde é também saber escutar o nosso organismo — e respeitar a sua singularidade — sempre que o clima muda.