Opinião: Quando os avós fazem babysitting

Artigo de opinião de Armando de Medeiros, médico de família aposentado, autor do livro “Saber Envelhecer – Uma viagem pela saúde dos seniores” (LIDEL)

O tipo de sociedade atual, em que ambos os pais trabalham, os avós são muitas vezes convocados para tomar conta dos netos.

Por Armando de Medeiros, médico de família aposentado, autor do livro “Saber Envelhecer – Uma viagem pela saúde dos seniores” (LIDEL)

Fazer babysitting é uma das maiores responsabilidades que pode ser pedida a um idoso. Embora possa parecer uma função relativamente banal, tomar conta de uma criança pequena exige muita atenção e disponibilidade, física e mental, que nem todos os avós estão em condições de desempenhar. Mas qual é a avó ou o avô que, por muito que esteja ciente das suas incapacidades, tem a coragem de dizer não a um filho que lhe pede este tipo de ajuda?

Para complicar mais um pouco a situação, esses avós acabam por “criar” os netos de acordo com regras estabelecidas pelos pais, com as quais nem sempre concordam.

Vou partilhar convosco uma série de dicas que retirei da minha experiência de médico de família ao longo de 35 anos, que poderão ser úteis para os avós que fazem babbysittig aos seus netos.

A primeira coisa a fazer é definir regras com os pais, que respondam a perguntas sobre a alimentação e outras pequenas dúvidas que possam surgir: A partir de que temperatura é que dou o paracetamol ou o ibuprofeno? Durante quanto tempo seguido é que podem ver televisão ou jogar no tablet?

Se o babysitting for feito em casa de um dos filhos, também devem ter a preocupação de fazer mais umas perguntas, incluindo estas: Onde está o termómetro? Onde estão os pensos rápidos?

Os avós devem ter o bom senso de se preocuparem mais em dar atenção aos netos, e a brincar com eles, do que a comprar-lhes doces ou brinquedos caros.

Por outro lado, não deve haver uma superproteção exagerada das crianças, ao ponto de limitar a sua necessidade de descoberta.

Alguns exemplos de cuidados que é imperioso ter:

· Não deixe medicamentos, insecticidas ou produtos de limpeza ao alcance de crianças.

· Não se esqueça que crianças pequenas na proximidade de piscinas são um perigo potencial, pelo que toda a atenção é pouca, em especial em piscinas (ou em poços) de habitações particulares.

· Tenha os sacos de plástico bem guardados, fora do alcance dos netos mais pequenos, pelo potencial perigo de asfixia.

· Tome muito cuidado com a temperatura da comida que vai dar ao seu neto. Não se esqueça que os micro-ondas podem aquecer, tanto os líquidos como os sólidos, de um modo desigual.

Pode encontrar estes e outros temas de saúde ligados aos problemas da 3ª idade no livro Saber Envelhecer – uma viagem pela saúde dos seniores, que escrevi recentemente e que acabou de ser publicado pela editora Lidel.

 

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