Afeta as mulheres numa proporção de quatro vezes mais do que os homens e manifesta-se de uma forma discreta, com poucos sintomas, pelo que o diagnóstico pode ocorrer numa fase já avançada da doença. A muito temida osteoporose está fortemente relacionada com o envelhecimento e é uma doença que provoca o enfraquecimento da estrutura óssea, deixando-a muito vulnerável a impactos do dia-a-dia. Torna as fraturas mais frequentes, o que leva à degeneração e posterior perda do tecido ósseo, e está associada a níveis deficitários de cálcio nos ossos e vitamina D.
Ao longo da vida, o tecido ósseo encontra-se em constante renovação celular para manter o bom funcionamento do sistema musculoesquelético. A este processo de renovação dá-se o nome de reabsorção óssea, existindo, em condições normais, um equilíbrio entre as células destruídas e as geradas pelo organismo.
Na presença de problemas como a falta de cálcio ou vitamina D, associadas à idade avançada, a reabsorção óssea ocorre de forma debilitada e inicia-se um processo de degeneração em que existe maior perda óssea do que aquela que o organismo tem capacidade para recuperar.
As causas
Apesar de se tratar de uma patologia associada à idade e à degeneração natural, a osteoporose pode ter causas diversas e surgir em qualquer fase da vida. O mau funcionamento do organismo, de uma forma geral, poderá prejudicar a reabsorção óssea, provocando a doença.
As causas mais conhecidas são a falta de cálcio e de vitamina D. Sendo um mineral essencial na formação do osso, o cálcio tem de estar presente na dieta em dose suficiente ou haverá mais probabilidade de desenvolvimento de osteoporose. Já a vitamina D ajuda a que ocorra a absorção do cálcio pelo organismo, pelo que se trata de uma necessidade associada a outra. A principal fonte desta vitamina é o sol, pelo que é essencial a exposição solar dentro dos limites e horários recomendados.
Outra causa recorrente para a osteoporose é a menopausa, devido às alterações hormonais que ocorrem neste período da vida das mulheres. Entre outras funções, o estrogénio atrasa a reabsorção óssea para fixar o cálcio nos ossos. Quando o ciclo menstrual é interrompido pela menopausa, os níveis de estrogénio diminuem, deixando o sistema musculoesquelético mais vulnerável.
O histórico familiar é outro factor a ter em conta porque embora a osteoporose não seja hereditária, existem fatores genéticos que determinam a eficaz absorção de vitamina D pelo organismo. Se esta assimilação não for bem consolidada, o cálcio consumido não será utilizado de forma eficiente na reabsorção óssea.
Entre as causas para a osteoporose contam-se ainda o sedentarismo, a alimentação não cuidada, o tabagismo e o alcoolismo.
Os sinais de alerta
O diagnóstico da osteoporose ocorre, em grande parte dos casos, após uma fratura ou lesão e num estado avançado da doença. Os sintomas são discretos e podem passar despercebidos, pelo que é importante estar atento aos fatores de risco e começar o tratamento o mais depressa possível.
Alguns sinais de alerta de desenvolvimento da osteoporose são dor e sensibilidade nos ossos e articulações, bem como na zona lombar e pescoço, devido a lesões na coluna. Estas lesões podem ainda causar a curvatura das costas e a diminuição da estatura em dois ou três centímetros, provocada pelos danos nos ossos.
Um outro sintoma frequente e que normalmente leva ao diagnóstico é a fragilidade óssea. Numa fase avançada da doença, poderão ocorrer fraturas após pequenos impactos que não causariam nenhum dano em pessoas saudáveis.
Prevenção e tratamento
A melhor forma de prevenir a osteoporose é, na presença de sinais de alerta ou se fizer parte de um grupo de risco, ir ao médico para fazer a análise e controlo da densidade óssea. A degeneração do osso pode ser medida através de um exame de densitometria óssea, que consiste num raio X especial para esta análise.
Antes ainda de apresentar sintomas e ao longo de toda a vida, a osteoporose previne-se garantindo a presença de cálcio e vitamina D na alimentação e evitando o álcool e o tabaco. É igualmente importante não ter um estilo de vida demasiado sedentário e fazer exercício físico: uma caminhada diária ou pelo menos três vezes por semana já faz muita diferença.