Coimbra, Braga, Açores, Porto, Aveiro, Castelo Branco, Madeira, Faro e Viseu – por esta ordem – são os distritos e regiões onde melhor se fala inglês. Lisboa que, antes da Pandemia, não arredava pé do topo do “ranking”, deu mais um trambolhão e perdeu 18 pontos, caindo quatro posições na lista. Os dados são do relatório EF English Proficiency Index (EF EPI) – que analisa dados de mais de 2,2 milhões de falantes não nativos de inglês, em 113 países e regiões.
A nível de cidades, Coimbra é quem lidera o “ranking” nacional, seguida de Braga (2º) e Guimarães (3º). A distinção é inédita para a Cidade dos Estudantes, assim como é inédito que, desde que se publica este estudo, nem Lisboa nem Porto constem do pódio das cidades portuguesa onde melhor se fala inglês. A Cidade Invicta tinha arrecadado esse título em 2019, 2020 e 2021. Braga levou o prémio em 2022.
A proficiência em inglês em Coimbra (636 pontos) equipara-se com as melhores capitais do mundo: Amesterdão (646 pontos), Viena (640 pontos) e Copenhaga (639 pontos).
No geral, os resultados das provas dos portugueses foram este ano piores do que o ano passado. Portugal tinha baixado 11 pontos o ano passado e volta a perder mais sete este ano. Ainda assim, o nosso País beneficia da derrapagem de outros para subir um lugar no índice que avalia a proficiência na língua inglesa. O oitavo lugar a nível mundial assegura a Portugal o estatuto de “Proficiência Elevada” – que conquistou pela primeira vez há quatro anos.
A Holanda (1.º), Singapura (2.º) e Áustria (3.º) dominam o top 3 dos países onde melhor se fala inglês. Aliás, os holandeses arrecadam o trofeu há quatro anos consecutivos.
No sul da Europa continuamos a ser os que melhor falam inglês, deixando para trás – mas não muito longe – a Grécia (12.º), Itália e Espanha (35º, em ex aequo) e França (43.º).
Do lado oposto do “ranking” dos países com mais proficiência em inglês está a República Democrática do Congo (113.º), o Tajiquistão (112.º) e o Lémen (111.º) – que era o lanterna vermelha o ano passado.
“O índice deste ano retrata uma ilusão de estabilidade global – onde o inglês de todos permanece praticamente o mesmo, mas a verdade é que os ganhos em certos países e regiões estão a ser compensados por perdas noutros”, explica a coordenadora do estudo, Kate Bell.
Para a responsável há três pontos a reter: “primeiro, a proficiência em inglês dos jovens continua a cair (-89 pontos em jovens entre 18 e 20 anos desde 2015), impulsionada por alguns grandes países, incluindo a Índia e a Indonésia; em segundo, a proficiência de inglês em ambiente profissional está a aumentar. A nível mundial, estes ganhos foram obtidos durante o período pandémico (+20 pontos para adultos com mais de 30 anos entre 2020 e 2021), no entanto, muitas tendências nacionais indicam uma melhoria constante desde 2015; A disparidade de género está a aumentar, com o inglês dos homens a melhorar (+14 pontos) e o das mulheres a diminuir (-19 pontos desde 2014). Contudo, a disparidade de género não é uniforme, com 63 países com paridade de género ou perto dela”.
Portugal segue tendência europeia
Em Portugal, como na Europa, os homens vêm a melhorar o nível de inglês. Desde 2019 que “eles” já ultrapassaram “elas” e a diferença tem vindo a acentuar-se. As mulheres portuguesas baixam, este ano, dos 600 pontos – o que não acontecia desde 2019.
Olhando os números por faixas etárias, o nosso País surpreende na faixa mais nova dos 18 aos 20 anos. Enquanto um pouco por todo o Mundo os jovens têm vindo a perder alguma proficiência, em Portugal registou-se uma melhoria no inglês nesta faixa. Ainda assim, os jovens entre os 18 e os 20 anos e os adultos com mais de 41 anos são os que têm pior nota neste estudo – porém, conseguem uma nota de “proficiência alta”.
O estudo deste ano, a par do que já se vislumbrava o ano passado, reforça a ideia que as grandes cidades já não são sinónimo de “melhor inglês”. Este é um possível impacto da pandemia Covid-19.
Todos os países com proficiência muito elevada e muitos dos países com proficiência elevada tiveram pontuações médias mais baixas do que no ano anterior, uma possível demonstração do impacto da pandemia da Covid-19 na aprendizagem, nas viagens e na comunicação pessoal.