projeto prevê “a criação de um percurso circular que atravessa entre 90 a 100 concelhos”, passando pelo litoral e linha de fronteira de norte e sul, “criando um trilho de 360 graus, com mais de três mil quilómetros”, o mentor da iniciativa, Ricardo Bernardes.
A ideia, surgida há cerca de dois anos, tem estado a ser desenvolvida e apresentada “a diversos municípios que serão parceiros do projeto, colaborando na delimitação e marcação dos percursos nos seus concelhos”, explicou o alcobacense criador do conceito.
O “Palmilhar Portugal” aposta no turismo sustentável, de saúde e bem-estar como forma de “captar turistas nacionais e estrangeiros para conhecerem o que o país ter de melhor, ao nível de património, de paisagem, de fauna, flora, de costumes e tradições”, acrescentou.
Convicto de que se trata de um conceito que pode “desempenhar um papel ativo na coesão territorial e na atenuação da sazonalidade turística, em diversas regiões”, Ricardo Bernardes revelou ainda que pretende chamar para o projeto, além das autarquias, “entidades culturais, desportivas e atividades económicas como a hotelaria e restauração” para criar ‘packs’ de experiências em cada região.
Além disso, o projeto apostará “na realização de eventos ligados com caminhadas, ‘trail’ e BTT”, podendo depois os participantes e público juntar “experiências gastronómicas, visitas a museus ou outras atrações de cada uma das zonas”.
Para tal está a ser criada uma aplicação que permitirá, através do telemóvel, ter acesso a todo o trilho e criar os “pacotes de experiências à medida de cada utilizador”.
Ao palmilhar o território, os participantes “vão recebendo notificações com informação do próximo local e terão interações dentro da aplicação, podendo divulgar curiosidades que encontrem, marcar alojamento, restauração, ou ter informações sobre os eventos desportivos e culturais”, exemplificou.
O primeiro percurso a ser criado será no concelho de Alenquer, no distrito de Lisboa, com inauguração prevista para o final do mês de julho e que dará, segundo o promotor, “destaque às paisagens ligadas aos moinhos e aos vinhedos”.
Para os meses seguintes está prevista a abertura de “quatro percursos no Alentejo, três na região Centro e dois em Trás-os-Montes”, afirmou Ricardo Bernardes, estimando que até ao final do ano esteja implementados “15 percursos em todo o país”.
O projeto, que representa um investimento de 3,5 milhões de euros, passará “sempre por terrenos públicos, exclusivamente pedestres e sem alcatrão” e pretende ainda incluir “alguns trilhos acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida”.
Será ainda complementado com “um passaporte digital, que na aplicação registará todos os percursos feitos por cada utilizador e um passaporte físico que poderá ser carimbado ao longo dos vários percursos”.
A estimativa de Ricardo Bernardes é de que “os 3.000 quilómetros estejam implementados num prazo de três anos”, dependendo da adesão dos municípios.