Foi com estas perguntas que entrei na apresentação da INTIMINA, marca sueca pioneira em saúde íntima feminina, que reuniu em Madrid especialistas de referência em ginecologia, sexologia e fisioterapia pélvica. Uma viagem que não foi apenas física, mas emocional e corporal — uma travessia pela intimidade feminina que, durante décadas, viveu no silêncio.
O corpo que sustenta tudo (e que quase nunca mencionamos)

Na mesa redonda, moderada pela marca, estavam a ginecologista e sexóloga Mercedes Herrero e a fisioterapeuta especialista María Pérez, fundadora da La Pelvis Revolution. Em comum, as duas mulheres partilham a missão de devolver visibilidade e voz a uma estrutura muscular que, apesar de discreta, tem impacto direto na nossa saúde sexual, urinária, intestinal e emocional: o pavimento pélvico.
“A nossa pélvis é como um anel ósseo com uma base feita de músculos que suportam o peso de tudo o que está acima”, explicou Mercedes Herrero. “É uma estrutura vulnerável, especialmente nas mulheres, por ser atravessada por mais canais: uretra, reto e vagina.”
E, tal como uma fundação de um edifício, quando cede, tudo o resto começa a abanar.
“O pavimento pélvico é um grupo de estruturas, composto por músculos e fáscias, que fecham a bacia na parte inferior. A nossa pélvis é um anel de ossos, mas o fecho é muscular e é atravessado pela uretra (saída da urina) e pelo reto (saída do intestino) nos homens. Nas mulheres, é também atravessado pela secção final da vagina. Todo o peso do nosso conteúdo abdominal assenta sobre ele. Como somos bípedes e andamos sobre dois membros, o nosso pavimento pélvico sofre mais pressão do que noutras espécies”, diz Mercedes Herrero.
A especialista acrescenta que “As paredes vaginais formam um tubo com múltiplas pregas, o que lhe permite esticar-se naturalmente durante o parto. Também se estica durante a excitação sexual, permitindo o sexo com prazer na penetração. O tónus das paredes depende da espessura da mucosa, mas sobretudo do suporte muscular do pavimento pélvico. Isto permite maior ativação do clitóris, o órgão do prazer, sobretudo da sua parte mais profunda que envolve a vagina. Um pavimento pélvico saudável dá-nos uma sensação de bem-estar. Permite-nos também reter urina, gases e fezes durante as atividades diárias”.
A prevenção começa com a informação e educação do público. O que não é discutido parece que não existe. Cuidados durante a gravidez e o parto e instruções sobre a prática de os desportos de alto impacto são essenciais. Diagnóstico e tratamento: perguntar sempre às mulheres durante as consultas e encaminhar para unidades de pavimento pélvico. A fisioterapia especializada precoce é muito eficaz.
Muito além do prazer: o que acontece quando ele falha

Disfunções do pavimento pélvico afetam milhões de mulheres — e, no entanto, continuam a ser raramente discutidas. Entre os sintomas mais comuns estão incontinência urinária, prolapso dos órgãos pélvicos, dor durante o sexo ou mesmo uma súbita perda de prazer.
“Há mulheres que acham que perder urina ao rir ou tossir é ‘normal com a idade’”, conta Herrero. “Mas isso não é normal. É frequente, sim — mas deve ser tratado.”
María Pérez reforça: “Não se trata apenas de ‘fortalecer’. Às vezes, é preciso aprender a relaxar. A tensão crónica, o stress e até traumas emocionais também vivem no corpo — e o pavimento pélvico sente tudo.”
Há muito mais para além dos exercícios tradicionais. O tratamento depende do caso individual, mas começa sempre pela compreensão do que o pavimento pélvico necessita: está fraco? Muito tenso? Mal coordenado com o resto do corpo? Com base nisso, os tratamentos podem incluir exercícios específicos, técnicas manuais e ferramentas de apoio, como dispositivos de biofeedback, que ajudam a treinar as contrações voluntárias dos músculos pélvicos — também conhecidos como exercícios de Kegel.
Mas lembre-se: não se trata apenas de contrair. Muitas vezes, é preciso aprender a soltar. Neste sentido, dispositivos como os massajadores da INTIMINA podem ser ótimos aliados. Dependendo do tipo de vibração, podem estimular, relaxar ou regular o tónus do pavimento pélvico. É como uma sessão de spa terapêutico para a sua região pélvica: aliviar a tensão, melhorar a consciência corporal e reconetando-se através do cuidado — e não da pressão.
Da teoria à prática: e se cuidássemos da vagina como cuidamos da pele?

A INTIMINA, desde 2009, tem vindo a quebrar tabus com inovação e educação.
A marca foi a primeira a lançar uma linha completa dedicada ao cuidado da saúde íntima feminina — desde a primeira menstruação até à menopausa.
Entre os produtos em destaque, dois tornaram-se protagonistas da conversa em Madrid:
-
KegelSmart 2: um dispositivo inteligente com tecnologia de biofeedback que guia os exercícios de Kegel através de vibrações. “É como ter um personal trainer para a vagina”, disse Pilar Ruiz Guerra, responsável da marca para Portugal e Espanha.
-
Bolas Laselle: pequenos pesos vaginais que ajudam a tonificar o pavimento pélvico, promovendo maior sensibilidade e firmeza vaginal — e, com isso, mais prazer.
Segundo Pilar, “em apenas 12 semanas de uso regular, 90% das utilizadoras reportam melhorias no controlo da bexiga e quase todas referem sentir maior firmeza vaginal.”
Falar do que não se vê: quebrar o silêncio
A conversa estendeu-se para lá da técnica. A fisioterapeuta María Pérez fez questão de sublinhar a dimensão emocional deste cuidado: “Muitas mulheres chegam às nossas consultas envergonhadas ou frustradas com o corpo. A fisioterapia pélvica oferece um reencontro — não só físico, mas também emocional.”
Durante a apresentação, ficou claro que o maior bloqueio ainda é cultural. Vergonha, desinformação e o hábito de ignorar sintomas por anos, na esperança de que “passem sozinhos”.
“Mas não passam. E não precisam de ser aceites como parte da vida ou da idade”, reforçou Herrero. “Temos tecnologia, conhecimento e profissionais incríveis. O que falta é normalizarmos esta conversa.”
A menopausa não é o fim — é um recomeço
A menopausa foi também destaque durante o evento. Segundo ambas as especialistas, esta fase traz alterações hormonais que fragilizam os tecidos e exigem mais atenção. Mas não deve ser encarada com fatalismo. “A menopausa é uma segunda oportunidade para cuidarmos de nós”, diz María Pérez. “Fortalecer o pavimento pélvico nesta fase melhora o prazer, previne perdas urinárias e devolve controlo.”
E não é necessário esperar por sintomas para começar. “O ideal é educar as mulheres desde cedo — para que saibam sentir o seu corpo, usar o pavimento pélvico com consciência e prevenir problemas antes que surjam.”
Durante a menopausa, a diminuição do estrogénio pode reduzir o tónus e a elasticidade do pavimento pélvico. Fortalecê-lo nesta fase é como dar uma âncora firme durante a mudança. Os principais benefícios incluem:
• Redução ou prevenção de perdas urinárias;
• Melhoria da resposta sexual (mais sensibilidade, mais prazer);
• Maior estabilidade corporal e sensação de controlo;
• Menor risco de prolapso ou peso vaginal;
• Aumento da confiança e segurança diária. E não se trata apenas de força — mobilidade, a coordenação e o relaxamento são também importantes. O objetivo é que o seu pavimento pélvico tenha uma boa resposta, sempre que precisar.
A nova revolução íntima é consciente e empática
A manhã terminou com uma mensagem clara: saúde íntima é saúde integral. A INTIMINA propõe uma abordagem sem vergonha, sem tabus e com ferramentas concretas para devolver autonomia às mulheres.
Do uso de dispositivos inteligentes ao simples ato de falar sobre o assunto com amigas, médicas ou fisioterapeutas, cada passo conta.
“Temos de deixar de ver a saúde íntima como algo à parte. É o centro do nosso bem-estar — físico, emocional e sexual”, resumiu Pilar Ruiz Guerra.
Forever Young Recomenda: 5 dicas para começar a cuidar do pavimento pélvico hoje
-
Converse com o seu ginecologista ou fisioterapeuta pélvico – Mesmo que não tenha sintomas, a avaliação é importante.
-
Inclua os exercícios de Kegel na sua rotina – Com ou sem dispositivos, comece por cinco minutos diários.
-
Use dispositivos com orientação profissional – KegelSmart 2 e bolas Laselle são grandes aliados, mas devem ser usados corretamente.
-
Observe os sinais do seu corpo – Perdas urinárias, dor ou sensação de peso não são normais — são alertas.
-
Desfaça o tabu – Fale sobre o tema, partilhe experiências e ajude a quebrar o silêncio à sua volta.
“Vivemos apoiadas pelo nosso pavimento pélvico, o responsável silencioso por grande parte do nosso bem-estar. Conhecê-lo e cuidar dele é um grande investimento na saúde.” – Mercedes Herrero
Madrid foi o palco. O corpo, o tema central. E, para muitas de nós, esta pode muito bem ser a revolução mais necessária dos próximos anos: a de conhecer, respeitar e cuidar do lugar de onde tudo nasce, o nosso corpo.