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Suplemento extraordinário para as pensões: «são apenas pensos rápidos», garantem associações de pensionistas

O suplemento extraordinário para pensões mais baixas, anunciado pelo Governo, não resolve o problema dos pensionistas, sendo preciso soluções mais estruturais, garantem duas associações que os representam.

20 Agosto 2024
Forever Young com Lusa

O primeiro-ministro anunciou na semana passada que o Governo vai aprovar um suplemento extraordinário para as pensões mais baixas, que irá variar entre os 100 e 200 euros, a ser pago em Outubro.

Numa intervenção na Festa do Pontal, no Algarve, que marca a “rentrée” política do PSD, Luís Montenegro anunciou um “suplemento extraordinário” pago em Outubro e que será de 200 euros, para quem tenha pensão até 509,26 euros, de 150 euros para as pensões entre 509,26 e 1018,52 euros e 100 euros para as pensões entre 1018,52 e 1527,78.

«Parece-nos que não resolve nada», destacou Isabel Gomes, presidente da direcção da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI), salientando que «são apenas pensos rápidos que vão colocando».

«Aquilo de que precisamos, é, de facto, um aumento de pensões e o que colocávamos no início deste ano, de 7,5% sobre o valor de Dezembro, num mínimo de 70 euros, é o fundamental, porque 100, 150 ou 200 euros agora» não se irão «repetir no mês seguinte», referiu.

Maria do Rosário Gama, presidente da direcção da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (Apre) tem uma opinião semelhante.

«É uma situação pontual, não é estrutural, ou seja, começa e acaba no mesmo mês, paga-se em Outubro e já não será paga mais vezes e, portanto, não resolve o problema das pessoas com pensões muito baixas», referiu.

Lembrou ainda que existem mais de 1,5 milhões de pensões abaixo de 500 euros, destacando que o limiar de pobreza é de 591 euros. «O que nos preocupa é o facto de não haver um aumento de pensões que possa fazer com que não haja reformados com pensões abaixo dos 591 euros», referiu.

Isabel Gomes, por sua vez, lembrou que «os reformados necessitam na mesma de comer, de comprar os seus medicamentos» e de fazer todas as coisas habituais, e «a que têm direito porque trabalharam uma vida, descontaram para a segurança social».

A presidente da direcção da MURPI reconheceu que, ainda assim, «obviamente que as pessoas ficam contentes» com esta medida, mas voltou a salientar que isso «não traz nada de novo, porque no mês seguinte vão voltar a ter os mesmos problemas».

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